Os bancos investem milhões em propaganda e marketing, suas agencias estão cada vez mais modernas e os serviços diferenciais para fidelizar clientes são cada vez mais disponibilizados, fazendo a clientela se sentir prime, exclusive, vangogh, especion e toda sorte de paparicos que envaidece até mesmo os mais endinheirados. Basta ter renda ou movimentação na conta, para o cliente usufruir de privilégios como caixas especiais, serviços diferenciados e até gerentes exclusivos. Contudo, eles estão deixando o comitê de boas vindas, ou para quem quiser, a porta da sala de suas agencias nas mãos e por conta de guardas de patrimônio, que na maioria das vezes não são qualificados para a tarefa de receber.
Desafio qualquer cidadão a entrar em uma agencia bancaria sem ser barrado em portas eletrônicas frias e sempre travadas. Raramente conseguimos adentrar em uma agencia sem passar pelo crivo de um guarda que não foi treinado para a tarefa de receber com cordialidade e educação. Mulheres bonitas então sofrem ainda mais. Eles travam as portas propositadamente e ficam como estátuas, fingindo não ver o que se passa. Caminham lentamente com olhar desconfiado como se fossem os donos do pedaço. São capazes de bisbilhotar bolsas alheias sem a menor cerimônia em nome da segurança patrimonial. O que é um verdadeiro absurdo, uma acinte ao direito de ir e vir de Cidadãos de bem que são tratados nas portas de bancos como marginais.
Embora a segurança esteja em primeiro lugar, o publico não pode ficar refém do humor de profissionais armados e quase sempre equivocados. A Federação dos Bancos precisa encontrar meios de livrar seus correntistas e clientes do constrangimento diário que é o acesso a uma agencia bancaria. Ninguém deveria ser obrigado a abrir bolsas para guardas patrimoniais só por que uma porta travou. Existem meios menos constrangedores de verificar se uma pessoa está portando uma arma ou não. Não é justo que cidadãos de bem sejam tratados como delinqüentes por guardas só por que a porta detectou presença de metal.
Enquanto a tecnologia não é disponibilizada, os bancos deveriam mobilizar servidores treinados para a tarefa de receber, ao invés de permitir que a segurança seja reduzida a verificação de bolsas, que 100% das vezes não ameaçam a integridade de ninguém. Até por que, bandidos não usam armas em bolsas de senhoras ou crianças, nem tampouco avisam que irão atacar. Eles costumam contar com a conivência de seguranças e até de funcionários e agem fora do horário de expediente. Não adianta destinar milhões para o marketing institucional, e deixar o primeiro contato nas agências ser realizado por guardas sem condições mínimas para abordar clientes de todas as faixas e classes sociais.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
MBA em Marketing
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