Aeroporto da Pampulha antes tarde do que nunca.

Bastou o Ministério dos Transportes, Portos e da Aviação anunciar a liberação do Aeroporto da Pampulha para voos comerciais operados por aviões de médio e grande porte a partir de janeiro de 2018 para a polêmica começar, de novo. O Prefeito Kalil aproveitou para marcar um “gol de placa” ao dizer que é a favor do retorno dos voos, e que estão “subestimando a inteligência do povo” que ele governa.

E de fato, caríssimo prefeito, estão mesmo, pelo menos daqueles que conseguem enxergar na Pampulha, uma saída honrosa para a economia de BH. Kalil tem razão ao afirmar que a capital precisa para ontem do aeroporto funcionando, sendo acessível para quem pode e deseja embarcar dentro da cidade. É assim que funciona em todas as metrópoles civilizadas, autônomas e prósperas do mundo.

A economia de Belo Horizonte está em frangalhos, sua hotelaria acumula perdas históricas; o comércio arrasta-se como pode; os negócios sumiram e a Pampulha “ativada” pode também ativar aquecendo o mercado, trazendo o que a cidade mais precisa: negócios e eventos. Já há muito o turismo de negócio e os eventos estão sendo preteridos em virtude do custo Confins. Os diretos e os indiretos.

Custos financeiros que somam de cara R$260 no taxi, R$100 em média por viagem em caso da opção ser estacionamento; além do combustível, tempo de deslocamento em um trânsito caótico; desconforto de acordar junto com os galos, antes do sol nascer, provocando grande incomodo para quem precisa embarcar lá “nos confins”. Nem vamos falar do transito parado antes da Cidade Administrativa, todos os dias, consumindo pelo menos duas horas de tempo precioso até a zona sul na capital para quem chega.

Com efeito, nem todo mundo pensa que a reativação da Pampulha virá com benefícios até mesmo para Confins, já que ninguém é contra o aeroporto internacional. Aqui o bom senso tem lado, regra geral serve ao umbigo. Se o correto é simplificar, mineiro faz o contrário, é da cultura. Esperneios à parte, a Anac (Agencia Nacional de Aviação Civil) anunciou o pedido de 77 autorizações de operações das cias: Gol, Azul e Avianca. A decisão foi política e acertada, já que a questão técnica ficou para trás, há tempos.

E bastou o anuncio para os palpiteiros travestidos de “especialistas”, emitirem opiniões de que “a roda é redonda”, algumas ridículas, que desqualificariam a ANAC, o DECEA, a Infraero, o Ministério da Aviação, a Aeronáltica e a inteligência do pipoqueiro da esquina. Consideradas suas teses de segurança, as operações dos Aeroportos de Congonhas, Santos Dumond e Ilhéus, servem-se do dedo de Deus, e não da evolução da tecnologia aeroespacial. Vale tudo para tentar impedir a operação do aeroporto. Perda de tempo, atraso, coisa de mineiro acomodado e medíocre.

Lembro a eles e a turma do “deixa disso”, que vocifera em nome dos moradores, ainda que não os represente de fato, nem tampouco de direito, que até 15 anos atrás, Pampulha recebia os “sucatões” da VASP (Boiengs 727-200), cujo estampido das turbinas eram ouvidos na Savassi, dezenas de vezes por dia. Recebia também os Eléctras da Varig e os Airbus da TAM. Nunca houve um acidente sério no aeroporto, que operou em sua capacidade recebendo mais de 3 milhões de passageiros. As coisas mudam, mas a cabeça de alguns seguem cada dia mais bitoladas e guiadas por olhos míopes.

As aeronaves evoluíram e as turbinas já não fazem o barulho daquelas que desciam no aeroporto há 20 anos. Eu poderia, mas não vou provocar os pseudos defensores do “silencio, da segurança e do sossego”, em torno do aeroporto com uma simples e decisiva pergunta: quem chegou primeiro? O ovo ou a galinha? O aeroporto ou os moradores que vivem ao seu redor?

José Aparecido Ribeiro
Jornalista/Consultor em Assuntos Urbanos
Autor do BLOG SOS Mobilidade Urbana – Portal uai.com.br
DRT 17.076 – MG – 31-99953-7945 – jaribeirobh@gmail.com

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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