BH precisa de uns 40 viadutos, porém o único em obra atenderá só ônibus.

O ultimo viaduto construído em BH, não chegou a ser inaugurado, caiu antes, matou duas pessoas e revelou para o mundo um vexame sem precedentes na historia da engenharia nacional. A tragédia aconteceu durante a realização da Copa do Mundo de 2014. Atualmente o único viaduto em obra no Complexo da Lagoinha atenderá apenas a ônibus. A engenharia divorciou-se de BH? Não, inacreditavelmente obra virou paradigma, e palavrão…

O viaduto “Batalha dos Guararapes” no bairro Itapoã, estaria fazendo aniversario de três anos embora fosse dispensável, podendo ter sido substituído por uma trincheira 5 vezes mais barata e tão eficaz quanto. Igual a ele, mas de pé, e em locais estratégicos, a cidade precisa de pelo menos uns 40 viadutos, capazes de eliminar gargalos, interligar corredores e permitir fluidez ao trafego. Palavra, cuja tradução não existe no dicionário da BHTrans.

Viadutos, trincheiras, elevados e passarelas, não podem ser palavrões, mas necessidade para interligar os principais corredores de tráfego. São urgentes e indispensáveis. A cidade não tem e precisa de vias expressas que retirem carros de onde eles não deveriam circular. Com um passivo de 40 anos, que mais cedo ou mais tarde terá que ser atualizado, BH espera a “turma do deixa disso” aposentar ou se afastar das decisões estratégicas da PBH, para andar.

A cidade espera por um líder que compreenda a lacuna de tempo entre as ultimas intervenções estruturais, feitas por Mauricio Campos e por Hélio Garcia, e o crescimento exponencial da frota de veículos em circulação. A resultante disso é uma cidade sem fluidez, com um trânsito estressante a maior parte do dia. Empurrar as obras que precisam ser feitas gera passivos cada vez maiores e mais caros. A cidade na verdade precisa de um novo JK e menos lero-lero.

Dispensa dizer que não há recursos necessários para realização de todas as obras, mas algumas prioritárias, eleitas pela tempo de espera em engarrafamentos, precisam ser feitas urgente. Este atraso proposital é fruto do um erro de interpretação da realidade que está levando o transito e a mobilidade urbana para um colapso inevitável. Os corredores estão todos saturados e esperam há décadas por intervenções de engenharia, não aceitam mais puxadinhos paliativos, nem tampouco ações que tentam desestimular o uso do carro. Exorciza-lo não é o caminho correto.

Com efeito, se não bastasse a falta de dinheiro, o maior desafio a ser enfrentado é a mudança de paradigmas. Vencer a ideia equivocada de que obras não resolvem e que a população precisa mudar hábitos, passando a andar de bicicleta ou BRT. Pensamento de pseudo especialistas que viajam e insistem em desconsiderar as características geo-climáticas da cidade. A tese, politicamente correta é importada de cidades europeias de clima frio e topografia plana. A cidade que existe na cabeça dos técnicos não é a mesma que existe na pratica e na consciência do cidadão belo-horizontinos.

Ainda mais grave é o fato de que a maioria dos “especialistas” que ocupam cargos estratégicos nas diversas autarquias, mais de 500 deles estão na Sudecap e na BH trans. Salvo honrosas exceções boa parte deles já encostaram suas “chuteiras” e estão de braços cruzados, ainda que falte 10 anos para as suas aposentadorias. O tema merece a atenção da sociedade e em especial do Prefeito Kalil que segue acreditando no mesmo time que patina há 25 anos, sem sair do lugar.

José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Autor do Blog SOS Mobilidade Urbana – Portal uai.com.br
31-99953-7945 – jaribeirobh@gmail.com

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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