Belo Horizonte está tomada por moradores de rua e ninguém se manifesta. O que antes era restrito ao Baixo Arrudas, nas proximidades da Rodoviária e Lagoinha, hoje está sem controle por toda a cidade, inclusive nos bairros nobres. Milhares de indivíduos vagueiam pelas ruas e praças e nelas vivem em condições sub-humanas. Debaixo de marquises, nos passeios, escondidos atrás de tapumes improvisados, qualquer lugar vale para erguer um casebre onde tudo pode, em nome da liberdade de ir e vir que lhes é garantida por Lei e defendida com afinco pelo MP. Liberdade que virou libertinagem em uma cidade literalmente sem governo.
Dormem, comem, fazem suas necessidades, praticam sexo, consomem drogas, álcool e achacam transeuntes, motoristas, crianças e velhos, sem o menor constrangimento. Vale tudo, só não vale recolher essas pessoas e dar a elas um mínimo de dignidade, devolvendo o sossego para a população. A turma do deixa disso quer ver eles livres como pássaros, defecando nas cabeças alheias. Enquanto isso, o próprio MP, a PM e a PBH batem cabeça discutindo o sexo dos anjos, se devem ou não impor aos moradores de rua limites e regras, como todo cidadão estabelecido é obrigado a cumprir. Enquanto não encontram uma solução, a liberdade é total.
Para piorar, abrigos foram desativados e os poucos que sobraram, não possuem estrutura para receber o contingente de pessoas que vagueiam pela cidade. Tudo é feito no tempo de quem não sofre as consequências do problema, a turma do deixa disso. A população, por sua vez é obrigada a conviver com excrementos fétidos sem ter para onde correr e a quem recorrer. Andando pela Savassi, que é uma região de lojas e cartão postal da cidade, frequentada por turistas e formadores de opinião, é possível presenciar cenas medievais. Algumas pitorescas, antes de serem trágicas. O cheiro de urina é insuportável em vários quarteirões.
Tem morador de rua com endereço fixo nos passeios, há muito tempo. Ali vivem como se estivessem em suas casas. Tem até cena de banho ao ar livre, consumo de droga e sexo explicito. Se não estou ficando velho ou maluco, algo está muito errado nesta cidade. Nunca antes na história de BH, viu-se tantos absurdos e tamanha omissão do poder publico. Fica a sensação de que as autoridades municipais não moram na cidade, pois se aqui vivessem e transitassem, impossível seria não enxergar o tamanho do problema. A propósito, por onde andam o nosso Prefeito e os Vereadores?
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
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