Em agosto de 2012, poucas pessoas sabem, os legislativos municipais das três principais cidades da Região Metropolitana de BH deram um importante passo em busca de uma solução para o grave problema do transporte publico. A convite do Metrô de São Paulo, um grupo de estudiosos do assunto, acompanhados por vereadores e secretários de governo de BH, Betim e Contagem, passaram dois dias visitando as obras do Monotrilho da Capital Paulista, conhecendo a tecnologia e suas vantagem.
Por que estou lembrando disso em agosto de 2018? De certo é a pergunta de qualquer leitor mais atento. Naquela ocasião não havia duvidas de que as soluções para tirar carro das ruas era a adoção de um transporte publico de boa qualidade, confortável e que coubesse no orçamento das prefeituras das três cidades. Passados seis anos desta visita que tive a oportunidade de acompanhar, a tese segue atual, pouca coisa avançou, porém não morreu.
Com o apoio e a presença de representantes da Associação Comercial de Minas, SME (Sociedade Mineira de Engenheiros), CREA-MG,(Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia), os 19 membros da comitiva visitaram o trecho do monotrilho entre Vila Prudente e Cidade Tiradentes, o maior e mais ousado projeto de Monotrilho em execução no mundo, hoje em pleno funcionamento.
O volume de passageiros do Monotrilho paulista é de 500 mil usuários dia, confirmando o modal como solução viável para regiões conurbada. A verossimilhança do trecho de 24km em operação na cidade de São Paulo com Betim e Contagem confirmou o que especialistas vem defendendo desde a implantação do BRT na capital mineira, o monotrilho, ao contrário do BRT tem apelos capazes de provocar mudanças de hábitos, pois é confortável e cumpre a mesma tarefa de um metrô ao transportar volumes significativos de passageiros. BRT não tira carro das ruas, Monotrilho sim.
O blog tem acompanhado o trabalho deste grupo e em breve terá novidades a cerca do projeto Monotrilho BH/Contagem/Betim. Para quem não é do ramo, o monotrilho é um metrô suspenso, que desloca sobre vigas de concreto a uma altura média de 12 metros, em vagões modernos e designe avançado. Hoje a capital tem uma demanda de 26 mil passageiros hora pico sentido. O monotrilho garante transporte de qualidade por mais 100 anos.Isso vale para Contagem e Betim.
Chama atenção o fato do Monotrilho não concorrer com carro onde o espaço já está saturado. Pode ser construido no canteiro central das avenidas, sem grandes desapropriações. O prazo de conclusão da construção é 5 vezes mais rápido do que o metrô subterrâneo, ao custo médio de R$100 milhões o km, contra R$400 milhões o km do metrô, inviável diante da realidade econômica das cidades brasileiras, a exceção da capital paulista.
Naquela ocasião um detalhe foi percebido por todos que fizeram parte da comitiva. A BHTRANS, empresa responsável pelas soluções de mobilidade da Capital, embora convidada, não compareceu. A entidade segue em silencio até hoje, apostando todas as suas fichas no BRT como único modal de transporte.
Lembro ainda que a viabilidade financeira do projeto não depende só do poder público, pode ser construído em regime de PPP(parceria público privada). Com a aprovação dos legislativos municipais dos três municípios e a validação técnica de especialistas, espera-se que os prefeitos sejam simpáticos ao projeto e possam trabalhar a favor da construção do Monotrilho, diminuindo o drama diário da imobilidade urbana.
José Aparecido Ribeiro
Jornalista
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