De cada 10 vezes que a imprensa noticia alguma coisa sobre a Câmara Municipal de Belo Horizonte, 8 referem-se a coisas erradas, omissão, incompetência, abusos e mau uso do dinheiro publico, revelando a inoperância desta casa legislativa, que há muito tempo dá mostras de ser dispensável por não produzir da forma que se espera dela e especialmente por tornar-se uma instituição automata.
Cômico, se não fosse trágico ainda o fato dela ter Léo Burguês e Pablito disputando a sua presidência, com o apoio do Prefeito. Datavenia, uma cidade cujas lideranças legislativas sejam dois jovens playboys, com pouca ou nenhuma maturidade, ninguém pode reclamar depois. A máxima de que cada povo tem o governo que merece encaixa perfeitamente neste cenário e custará caro para a Capital Mineira. A história será testemunha.
E não é por acaso que BH é obrigada a contentar-se com esse quadro, sem choro e nem vela. A Democracia permite a “qualquer um”, o que não deveria ser para qualquer um. Embora seja o melhor, dos piores modelos, ela garante aos que tem dinheiro e padrinhos, um lugar ao sol, mesmo que isto seja as custas da subserviência do legislativo ao executivo e a total falta de autonomia, escondida por trás de um discurso oportunista que prega a agenda positiva onde só se vê coisas erradas e omissão.
O trânsito está o caos. Transporte público idem. Obras por acabar e abandonadas por toda a cidade. Saúde pública na UTI. Um número de indigentes jamais visto em BH e por ai vai. Com efeito, sendo um ou outro, o Prefeito governará Belo Horizonte em céu de brigadeiro, aprovando o que quiser e como quiser, pois não há oposição e manda quem pode, obedece quem tem juízo. O desejo do povo é soberano, mesmo que suas escolhas sejam equivocadas e possam significar atraso no processo democrático.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Mobilidade e Assuntos Urbanos
ONG SOS Mobilidade Urbana
CRA – MG 0094/94
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