Algo esta errado com BH. Estamos nos acostumando com improvisos, obras medíocres, soluções paliativas, puxadinhos e com uma cidade suja. Já não enxergamos mais as pichações, as obras mal feitas que começam e não acabam; a falta de cuidado com o que é público. Nossas autoridades dormem um sono profundo, esquecendo do primordial: A cidade precisa de atenção, presença, gente competente e entusiasmada 24 horas por dia. Exceto algum poucos locais na Zonas Sul, o conjunto está abandonado. Veja o complexo da lagoinha: Está sujo, feio e descuidado. Estive em Campinas e fiquei impressionado com a limpeza, o cuidado com os viadutos, praças e locais públicos. Tudo impecável. A cidade sofre com o transito intenso, como todas no Brasil, que não se prepararam para a nova realidade que não tem volta. Mas não há buzinação e o trânsito flui, as pessoas respeitam umas as outras e existe solidariedade, respeito pelas leis. O limite de velocidade é de 70KM/hs e radares existem onde são necessários apenas. Não existe um viaduto que não tenha iluminação e paisagismo em seu entorno. Não há também um risco de pichadores em fachadas. As obras viárias como elevados, pontes, trincheiras e passarelas são um exemplo a ser copiado. Tudo limpo, bonito e combinando com o ambiente. Campinas vem provar que é possível fazer obras para desatar os nós do transito, sem grandes impactos ambientais e visuais. Os equipamentos urbanos são integrados e de arquitetura leve. Se não bastasse, o asfalto é liso; não existem murundus; a sinalização da cidade é visível, padronizada e de fácil compreensão. Ao contrário de BH para quem chega pela Av. Antonio Carlos, por exemplo, e tem a Zona Leste como destino, corre o risco de ir parar na Zona Oeste. Campinas tem vias expressas nos 4 sentidos, sem interrupção de tráfego, todas interligadas. Em 3 dias visitando a cidade, não vi mendigos, indigentes ou cracolandias. As ciclovias existem marcadas horizontalmente no asfalto em várias avenidas, mas funcionam apenas no domingo, com bicicletários públicos em varias parte da cidade. Não há disputa com carros e nem tampouco a ilusão de que as pessoas trocarão o carro ou o transporte publico por bicicletas. A cidade parece ter gente cuidando dela. Um exemplo para BH seguir.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Mobilidade e Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
ONG SOS Mobilidade Urbana
CRA MG 0094-94
31-9953-7945
