CONFINS E PAMPULHA PODEM VIVER EM HARMONIA, POR BH E MG!

De volta a pauta do dia, a reativação do Aeroporto da Pampulha chega em boa hora, e ao que parece, agora para ficar. Minas Gerais, e por consequência sua capital Belo Horizonte, vivem momentos dramáticos em suas economias, fruto de uma debandada de empresas para outros estados e em especial da recessão que assola o país, com desemprego recorde, quebradeira em todos os seguimentos com destaque para o comercio e serviços, matrizes da economia belo-horizontina. A capital que hoje é focada na prestação de serviços e no comércio de bens, sofre com a crise e precisa encontrar meios para não perder mais postos de trabalho e receita de impostos, sob pena de entrar em colapso com suas obrigações.

Setores importantes como hotelaria, construção civil e shoppings seguem em marcha lenta. A mineração está derretendo com os últimos acontecimentos em Mariana e com o menor custo de exploração do minério que é uma realidade no Pará. Em recente pesquisa, a associação de administradoras de shopping centers anunciou fechamento de mais de 20 mil lojas em Minas. Embora o numero de shoppings tenha aumentado no Estado, o volume de vendas caiu e os fechamentos são maiores do que as aberturas, basta um olhar atento dentro e fora dos shoppings. Na paisagem urbana não é diferente, pois nunca se viu tantas lojas, aptos e salas para alugar pelos quatro cantos da cidade.

Mas o que tem a ver tudo isso com a reativação do Aeroporto da Pampulha, no momento em que o Aeroporto de Confins acaba de inaugurar seu novo terminal de passageiros, aumentando sua capacidade de 12 para 22 milhões de viajantes por ano? Evidente que ninguém deseja prejudicar Confins. O Aeroporto recebeu grandes investimentos pela iniciativa privada e precisa de incentivos para continuar crescendo e gerando riquezas. É um caminho sem volta. No entanto, superadas as questões de segurança da pista e ruídos emitidos pela operação diária de aeronaves de grande porte, que hoje é muito menor do que há alguns anos, em virtude da evolução da indústria aeroespacial, os números mostram que ambos, Pampulha e Confins podem viver em harmonia com benefícios para a economia e o turismo da capital.

A proposta da Infraero e da ANAC, bastante adiantada é a reativação do Aeroporto da Pampulha para alguns voos de ponte aérea (BH/SANTOS DUMOND – BH/CONGONHAS – BH/BRASÍLIA) e a ligação da capital com o interior de Minas e São Paulo. Serão 40 voos diários, no intervalo de 7H as 22H, ou seja, apenas 3 voos por hora. Confins, a título de informação e comparação, tem 40 voos por hora e mais de 500 voos diários. Ou seja, nem 10% deste movimento será transferido para Pampulha. Mas por que Pampulha é importante para BH? A resposta está nos eventos e nos negócios que a cidade vem perdendo em virtude da distancia e do custo de Confins para visitantes.

Aos ter que acordar às 4 horas na madrugada para pegar um voo em Confins às 7H, executivos e organizadores de eventos estão deixando de vir para Belo Horizonte. As razões são óbvias e inquestionáveis: De táxi, o deslocamento até o aeroporto internacional não sai por menos de R$240,00 (ida e volta). Se, ao invés do táxi o passageiro residente em Belo Horizonte preferir o seu próprio carro, além dos engarrafamentos crônicos, fruto de 13 gargalos ainda existentes na Av. Cristiano Machado e 45 sinais de trânsito, regra geral, sem sincronia, nas Avenidas Antonio Carlos e Pedro I, é preciso considerar a possibilidade de perda do voo em Confins e o custo de diária de estacionamento que não sai por menos de R$40,00.

Somados esses fatores e traduzidos, essa falta de conexão de BH/PAMPULHA, com SP/CONGONHAS, BRASILIA e RIO/SANTOS DUMOND, é paga com a fulga de negócios de BH para outras capitais que oferecem facilidades no deslocamento, no custo e na proximidade com os centros econômicos de cada uma delas. Pampulha e Confins juntos por BH É POSSIVEL!

José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Diretor da ACMinas
Membro da Comissão Técnica de Transporte da SME
CRA MG 08.0094/D
31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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