O COPAM Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais aprovou recentemente a construção de empreendimento hoteleiro na Rua Musas, no Alto Santa Lucia. Esta decisão muito mais do que permitir a construção de um hotel, demonstra que o órgão não toma decisões baseadas em paixões ou por pressões as vezes equivocadas da "opiniao publica".
A autonomia deste Conselho nos dá a segurança de que BH caminha para um desenvolvimento sustentável. A tese de que um hotel trás prejuízos para a sua vizinhança é própria de quem não conhece as rotinas de um, especialmente se for um hotel de categoria superior. Ao contrario do que pode parecer, um hotel como vizinho, só trás benefícios e nenhum impacto ambiental, inclusive na questão do trânsito, haja vista que 80% de hospedes de hotéis de categoria superior utilizam-se de taxi ou motoristas particulares.
É provável que um vizinho que tenha gosto por cachorros barulhentos incomode muito mais do que um hotel. Não é difícil confirmar essa informação em qualquer um dos 62 hotéis existentes na cidade e nos 18 em construção atualmente. Com efeito, não se tem notícias de reclamações deste gênero em nenhum outro local da cidade. Belo Horizonte tem carência de hotéis de categoria superior, pois até aqui contou com apenas um reconhecido como 5 estrelas. Com o empreendimento projetado para a Rua Musas a capital entra definitivamente no centro da atenções de organizadores de eventos internacionais que evitavam a cidade em virtude da baixo qualidade dos hotéis e a oferta reduzida de leitos. Prova disso é que basta um pequeno evento para a hotelaria entrar em colapso, obrigado hospedes executivos e de eventos buscar alternativas em cidades próximas e até em motéis.
O turismo, vale lembrar, é a indústria sem chaminé que mais cresce no mundo. Portanto, mais do que cumprir com a sua missão de empregar, pagar impostos e gerar riquezas, o empreendimento que está sendo projetado no Alto Santa Lucia, vai colocar a Capital no mapa mundial da hotelaria.
Cabe ainda ressaltar que é direito de qualquer cidadão, em dia com suas obrigações, defender seus interesses, desde que esses não sobreponham aos da cidade, mesmo sendo eles legítimos. A capital ganha e a vizinhança ainda mais com a decisão do COPAM. Isso por que em breve tudo que fica no entorno da Rua Musas receberá os dividendos com a valorização da região.
José Aparecido Ribeiro
Diretor da JR & MvS Consultores Especializados em Hotelaria
Ex-Presidente da ABIH-MG
CRA MG 0094/94
31-9953-7945