Refiro me a democracia (governo do povo) e ao seu modelo eleitoral que dá direito a "qualquer um", o que não deveria ser para "qualquer um": refiro-me ao exercício do poder. Portanto, não é a vitória de Trump e de Kalil, nem tampouco a de Dilmas e Calheiros, espalhados pelos Brasil que deveriam ser alvo de reflexões, eles são meros instrumentos, mas o modelo democrático de governo que delega ao povo uma tarefa para a qual ele vem demonstrando, inequivocamente, não estar habilitado.
Exercer cidadania através do voto sem ser cúmplice e responsável deveria ser motivo de reflexão daqueles que possuem um mínimo de discernimento. No Brasil, a maioria da população que vota não tem a consciência crítica necessária para fazer escolhas responsáveis. Basta ver o que virou a prática política, marcada por escandalosos casos de corrupção e má gestão da coisa publica.
Isso ocorre por razões diversas que passam por falta de educação e até por debilidade mental para compreender a realidade. "Tito, filho do Imperador Vespaziano (69 d.C)" que o diga, ao ouvir de seu pai a celebre frase: "…onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio?"… Não é difícil perceber que as democracias, com exceções honrosas dão sinais de saturação, sobretudo onde a ignorância, o pão e o circo são moedas de troca e passaporte para oportunistas alcançarem o poder, através de um funil de boca invertida. Grosso na entrada, e estreito na saída. O modelo eleitoral aqui e lá, faliram.

José Aparecido Ribeiro