Acidentes com mortes na BR 381 já não causam mais comoção, viraram rotina. Mas quando acontece com gente como a gente, as coisas mudam e passamos a enxergar além das aparências e das explicações rasas da PRF: Não é mais um mero acidente, é uma catástrofe o que vem acontecendo na FAMIGERADA RODOVIA DA MORTE.
Pista simples, caminhões carregados, excesso de curvas, traçado ultrapassado para o modelo de carros e caminhões, construida na década de 50 do século passado em caminho de burros. É total a omissão e a falta de comprometimento de agentes públicos, em especial dos políticos que representam Minas em Brasília, com a urgência e emergência do assunto. A BR 381 mata mais do que guerras. Em média morrem nesta rodovia 200 pessoas por ano.
Desta vez foram dois colegas de jornalismo, o fundador do site BHaZ Pedro Guadalupe e o jornalista Ronaldo Lenoir, que encontraram pelo caminho, encerrando suas vidas, presos nas ferragens de um carro, esmagados, um caminhão desgovernado que poderia ter sido barrado pelas muretas “New Jersey”, fosse a FAMIGERADA RODOVIA DA MORTE reformada com pistas duplas que evitassem as colisões frontais.
Segue fresco na memória o dia 12 de marco de 2009, no km 435, quando um caminhão de Jundiaí perdeu o controle no final da descida da Serra da Piedade e esmagou na curva do “km 30”, uma van que transportava 16 estudantes de Caeté, que voltavam para casa, matando o motorista e mais 4 estudantes na hora, deixando 13 feridos, 3 deles em estado grave. Este acidente deu inicio ao movimento “SOS BR 381”, que liderei junto com parentes de vítimas na RODOVIA DA MORTE naquela ocasião.
Durante 10 meses consecutivo, todos os dias 13 de cada mês, em pontos diferentes da Rodovia, manifestações foram feitas reivindicando e exigindo a RECONSTRUÇÃO da BR 381, pelo menos no trecho entre BH e Governador Valadares, com 320 km, dos 1181km que a Rodovia possui entre aS cidadeS de São Paulo e São Mateus no Espírito Santo. Foram movimentos que paralisaram a rodovia em vários pontos, com a participação de políticos, incluindo duas visitas ao então Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento e o Vice Presidente José Alencar.
Após posar para fotos e ouvir promessas vans, inflamadas, voltávamos todos confiantes de que o assunto seria resolvido. A ex-presidente Dilma veio a BH duas vezes e novamente prometeu dar fim a carnificina na 381. Lançou edital de licitação, que foi dividido em 12 lotes. Havia confiança de que “desta vez” as coisas iam andar e as tragédias iriam cessar…
Passados 9 anos, apenas dois lotes seguem arrastando, lotes 7A e 7B, com 37 km, entre Caeté e Barão de Cocais. O restante segue preso na burocracia e no tempo das coisas publicas no Brasil, esperando liberação de verbas e um novo projeto executivo. Não precisamos dizer mais nada, encerro com a palavra: INACREDITÁVEL, e com a frase: PRECISAMOS REAGIR!
José Aparecido Ribeiro
Jornalista, blogueiro nos portais uai.com.br – www.osnovosinconfidentes.com.br
Colunista nas Revistas Minas em Cena, Mercado Comum, Exclusive e Entre Vias.
Presidente da ONG SOS Rodovias Federais de Minas
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