Gasolina e óleo diesel sofreram mais de 140 alterações de preço em um ano, ultrapassa R$5 e nada acontece. Seguimos cordeiros, inertes como se nada estivesse acontecendo com o nosso bolso. Lembro-me bem de junho de 2013, quando o país parou por muito menos, R$0,20, levando o povo para as ruas nos maiores protestos da história do Brasil.
Causa espanto, diante de um cenário de aumento praticamente diário dos combustíveis, inexplicavelmente com a inflação sob controle, a letargia e falta de reação do povo. Nada, nem notícia alguma faz o cidadão indignar-se. Perdemos totalmente a capacidade de mobilização. Junto convalescem as esperanças.
Não vejo “esquerda”, tampouco direita, políticos, os acadêmicos, imprensa ou religiosos, sindicalistas e intelectuais se manifestarem. A ordem é comemorar a virada do ano, e depois o carnaval. Ouço no entanto o silêncio dos que padecem sem ter para onde correr, com destaque para os que vivem disso, os taxista, os transportadores e os que trabalham sobre rodas.
Triste e também trágico é saber que se fosse R$10 e nao R$5 o preço da gasolina, a acomodação permaneceria a mesma. Aliás o governo prepara para a virada do ano, sutilmente, na calada da noite, aumento de impostos sobre os os combustíveis, fazendo a gasolina em algumas partes do país abrir 2018 a R$6 o litro. As oscilações tendem sempre a elevar o preço e não a diminui-lo. A paridade é apenas pano de fundo, e as oscilações são fumaça para os aumentos. Arranjos para explicar o inexplicável.
Donos de postos reclamam da queda de vendas, mas com a falta de alternativas, já que o álcool perdeu também sua vantagem competitiva sobre a gasolina, os que precisam acabam não tendo como escapar da bomba. Refiro me a do posto de gasolina. Eles que brigam por centavos de diferença e são vítimas como nós, apanham e não sabem para onde correr. Uma das classes que mais sofrem com essa desordem que deram o nome de “paridade de mercado”, cujo defensor é “Sua Alteza, Pedro Parente”, presidente da Petrobras com aval de Sua Excelência, Henrique Meirelles, super ministro da fazenda quebrada, são os caminhoneiros que atravessam o país e estão sujeitos a prejuízos que não podem ser recuperados no frete.
A Petrobras justifica que a culpa do aumento é do câmbio e do mercado internacional. Não é segredo para ninguém que os roubos e desvios bilionários que causaram prejuízos e vexame para o pais, bem como investidores nacionais e internacionais, com destaque para os Norte Americanos, terão que ser pagos mais cedo ou mais tarde.
O produto principal da estatal é o refino e a venda de combustíveis. Com efeito, não precisa ter bola de cristal, nem tampouco ser especialista no tema para deduzir de onde sairão os recursos para saldar essa dívida bilionária: tenho a sensação que será também do nosso bolso e não apenas da venda de ativos da Petrobrás e boa gestão. Você tem dúvidas de que isto sutilmente já está sendo feito?
Feliz ano bom! Com a gasolina passando de R$7 – Não duvide disso em 2018.
José Aparecido Ribeiro
Jornalista – blogueiro no portal uai.com.br – DRT 17076
Articulista das Revistas: Minas em Cena, Exclusive e Mercado Comum
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