Em entrevista a imprensa, o Governador Alberto Pinto Coelho revela sensibilidade e conhecimento de causa, ao eleger como prioridade do seu governo a mobilidade urbana. Tema que afeta a vida de milhões de pessoas, sobretudo na Região Metropolitana de BH, em especial os municípios ligados umbilicalmente a Capital e que dependem de deslocamento para o trabalho, lazer e educação. O Governador, pela primeira vez, reconhece oficialmente a existência de dois modais de transporte que até aqui foram ignorados pela PBH, mas que são comprovadamente e reconhecidamente os mais recomendáveis pela comunidade de engenharia, para a solução de transporte de BH e região metropolitana. Ambos não são fabricados sobre rodas e não usam combustíveis fósseis: MONOTRILHO E VLT.
As experiências Asiáticas, Europeias, Norte Americanas e até mesmo a experiência de São Paulo, mostram que Monotrilho e VLT são viáveis economicamente e servem como alternativa ao Metrô e ao BRT, já que consomem poucos recursos na construção, se comparados ao metrô. Cidades com índices crescentes de motorização, como BH necessitam de modais de transporte que não roubam espaço onde ele é cada vez mais escasso. O custo elevado de construção do metrô, que consome R$450 milhões em média por quilometro construído, torna sua execução cada vez mais questionável em Belo Horizonte. Até aqui, por desconhecimento da sua realidade técnica, ele foi usado como promessa de campanha, mas está cada vez mais distante da realidade econômica dos cofres públicos.
Ele seria o ideal, se pudesse ser construído. Mas seu custo, torna sua operação inviável. Neste cenário surge o monotrilho (que é um metrô elevado) oferecendo diversas vantagens sobre o metrô convencional, ao transportar até 1.070 passageiros por composição hora pico sentido, o que equivale a 48 mil passageiros por hora. Seu custo de construção é 4 vezes menor (R$100 milhões o quilometro), e o prazo de entrega é nada menos do que 5 vezes mais rápido, exigindo poucas desapropriações, podendo ser construído no período noturno e com a vantagem de ter designer moderno e futurista. As vantagens são incomparáveis. Isso é fato.
Já o VLT, que também tem vantagens sobre o metrô nas partes planas da cidade, pode ser uma alternativa complementar com baixo custo de implantação e apelos de conforto superiores ao BRT, capazes de provocar mudanças de comportamento, sobretudo em quem tem o hábito de usar o carro. Monotrilho e VLT juntos são alternativas modernas, recomendadas pela engenharia de ponta e não conflitam com os interesses de empresários de ônibus. Ambos precisam ser considerados com a urgência que o tema foi colocado na pauta do governo. Por estar aberto a mudanças e pela coragem de trazer o tema para a pauta de prioridades da sua gestão, o Governador Alberto Pinto Coelho merece o nosso aplauso e incentivo.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos e Mobilidade
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
CRA MG 08.0094/D
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