A Petrobras voltou a aumentar o preço da gasolina nesta quarta feira (30), numa demonstração inequívoca de que seus dirigentes estão desconectados da realidade e dos acontecimentos em curso no país com a greve dos caminhoneiros. O presidente da estatal mais uma vez revela seu compromisso com investidores da empresa, especialmente os internacionais, e total desconsideração pela população brasileira.
De quebra mostra que este governo que o nomeu não manda em nada, embora seja o investidor majoritário da estatal. A política de preços flutuantes de Pedro Parente caminha no sentido de elevar o preço da gasolina a patamares jamais imagináveis, e a inviabilização do uso do automóvel nas cidades brasileiras. Neste compasso será apenas uma questão de tempo para gasolina virar ouro.
A população por sua vez não se deu conta da dimensão do problema e segue batendo cabeça na busca de combustíveis, ainda que para isso tenha que esperar horas em filas quilométricas, pagando ágio. Para muitos não é capricho, mas necessidade. Já outros, trata-se da incapacidade de abrir mãos do conforto temporário no que poderia, com pressão popular, vir a ser redução definitiva de impostos.
A política de preços flutuantes hora em curso ja tem consequência nefastas no bolso do brasileiro, e de certo terá nos índices de inflação. Lembro ainda que os caminhoneiros deram exemplo de cidadania, sacrificaram o conforto do lar, o convívio com a família e estão saindo mais fortes do entraram nesta greve que parou o país. Porém, precisam compreender que o tempo da greve passou e é hora de devolver a tranquilidade para a população, que assim como eles é vítima de um governo fraco, desnorteado e sem compromisso.
É possível notar também que a greve caminha para se transformar em movimento político contra o governo Michel Temer, que vale lembrar, está ha apenas 6 meses do seu final. Seria bastante razoável e oportuno o movimento, se toda a população estivesse mobilizada, o que não se confirma na prática. Ou seja, é hora dos caminhoneiros recolherem os “flaps”, evitando o risco de perder as conquistas da greve.
Com efeito, a partir de amanhã (31), o preço nas refinarias subirá 0,74% e passará a ser de R$ 1,9671 por litro. Em maio, o preço do combustível nas refinarias da Petrobras acumula alta de 9,42%, já que em 28 de abril o litro custava R$ 1,7977. Recado mais do que claro de que a lógica que norteia a Petrobrás é a do mercado e não a do interesse da população, contradizendo sua função social como estatal.
José Aparecido Ribeiro
Jornalista, blogueiro nos portais uai.com.br – osnovosinconfidentes.com.br
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Colunista nas Revistas: Mercado Comum, Minas em Cena e Exclusive