Preocupada com os constantes acidentes envolvendo seus usuários, alguns com vítimas fatais, a Concessionária da BR 040, a Via 040, procurou a Prefeitura de BH na última semana para propor um conjunto de ações capazes de evitar as tragédias. A empresa tem o mapa dos acidentes e dele espera-se extrair um conjunto de ações eficazes a favor da segurança no Anel Rodoviário da capital.
Uma delas é o fechamento da via para caminhões pesados em determinados horários – medida radical. O Prefeito Alexandre Kalil, que é um bom marketeiro de mão cheia, não perdeu tempo, chamou a imprensa e de cara informou a ação mais polêmica, deixando as outras em segundo plano. Típico do prefeito que adoro holofotes, embora diga o contrário.
A mecânica dos acidentes e a compreensão do por que; como; onde; e que horas eles acontecem, é ação “sine qua non” para evitar que o Anel seja fechado para caminhões, causando transtornos, comprometendo a logística de cargas, bem como a imagem de BH perante transportadores de todo o país. Ação polêmica e a principio, desnecessária.
Considerando as estatísticas, é possível afirmar que 80% dos acidentes aconteceram de 17H às 20H. Todos praticamente no mesmo lugar, entre o final da descida no bairro Betânia, e a passagem de nível do bairro industrial, a maioria envolvendo caminhões que não são de MG. O estreitamento de pistas na passagem de nível e no cruzamento do Anel Rodoviário com a Av. Amazonas causa retenção onde ela jamais poderia existir.
O correto no Anel Rodoviário é movimento, e não carros parados na pista. Portanto a causa está mais do que clara e a solução passa por obras que eliminem estes dois gargalos – URGENTE. Mas até que elas aconteçam tendo o DNIT como protagonista, é possível um conjunto de ações que inclui sinalização; caixas de desaceleração para caminhões sem freio; uso de recursos visuais ao longo da Rodovia, desde o Jardim Canadá em Nova Lima; presença física de fiscais no inicio do Anel, no seu cruzamento com a BR 356, radares e segregação de pista na direita da via para caminhões.
Assim como acontece em frente à Favela do Papagaio, pode ser criado também um PORTAL DO ANEL com a presença de fiscais da BHTRANS, da Guarda Municipal, e neste caso da Policia Rodoviária Estadual, entre 16 e 20H, inibindo a imprudência, intensificando alertas e interceptando, se necessário, caminhões com excesso de peso e placas de outros estados. Não existe hoje sinalização alertando para o fato que trata-se de trecho urbano com alto índice de acidente e com possibilidade de retenção de tráfego.
Lembro ainda que a Via 040 não tem responsabilidades sobre a infraestrutura do Anel Rodoviário. Seu contrato prevê apenas a manutenção da via como ela foi entregue. Ficando essa responsabilidade para o DNIT. Portanto, se a prefeitura realmente pretende dar sua contribuição para a solução do problema, deve tratar de fazer as pazes com o DNIT e com ele buscar os recursos necessários para as obras e para o plano de emergência ora proposto pela Via 040.
José Aparecido Ribeiro
Jornalista – Presidente da ONG SOS Rodovias Federais
Membro Consultor da Comissão Técnica de Transporte da Sociedade Mineira de Engenheiros
Blogueiro no portal uai.com.br
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