No mês passado, ao ver o ex-ministro da justiça, Marcio Thomaz Bastos orientar o contraventor Carlinhos Cachoeira a ficar calado debaixo do queixo de um Parlamento impotente e de uma nação atônita, tive a sensação que estava delirando. A cena parecia filme de gangster em que o mafioso usava as prerrogativas da lei para tentar se safar das acusações comprovadas de crime. O imperativo do dinheiro em detrimento da justiça que se diz cega e que no Brasil também é surda, muda e por vezes conivente. Isso é passado, quase ninguém se lembra e o assunto já foi varrido para debaixo do tapete da pizzaria na Esplanada dos Ministério da Capital Federal, como sempre.
Esta semana a sensação foi um pouco pior e eu preferia não ter visto. Mas já que ainda é permitido enxergar, pergunto se estou surtando, ou se a cena por acaso não é uma montagem. Foi miragem, delírio, brincadeira, gozação ou o "Imperador" Lula estava mesmo ao lado de Paulo Maluf e Fernando Haddad, com a proposta de uma aliança política para a Prefeitura de São Paulo? Não sei mais o que pensar sobre a canalhice dos políticos, em especial os do PT, com raras e honrosas exceções e uma delas é Luiza Erundina…
A sensação que fica depois de ouvir que vale tudo no jogo político é a de que realmente o mundo só pode estar acabando, tamanha a falta de coerência e vergonha na cara desta corja que comanda o “modus operandi” das alianças partidárias. Confesso a minha incapacidade de assimilar esse jogo e jogo a toalha, vou ser um alienado, pois não dá mais para assistir a isso tudo sem me indignar e sem sentir vergonha de ser Brasileiro. Convido os intelectuais, a Academia e os que ainda conseguem usar a palavra para traduzir essa pouca vergonha em teoria, pois não sei o que dizer para os meus filhos, que mesmo sem saber profundamente a história de Lula e Maluf, conhecem as diferenças ideológicas de ambos.
José Aparecido Ribeiro
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