Tarde de domingo 01 de setembro 2013, 12:30hs, o céu é de um azul anil raro e maravilhoso. A temperatura bate na casa dos 32 graus e não há uma nuvem no céu. Para a maioria das pessoas o cenário é perfeito para passear, curtir a família, pegar uma piscina, ou simplesmente não fazer nada debaixo de uma sombra, abrigado do sol escaldante. Porém, para os que dependem de transporte coletivo e esperam ônibus na Av. Antonio Carlos, esta beleza significa martírio. Explico: A maioria dos pontos ali não possuem abrigos. Do Complexo da Lagoinha até Venda Nova, sombras, só a dos pontes.
Falo de postes de concreto e não os que servem para parodiar governantes insensíveis que são enfiados goela abaixo do povo, sem que o talento e o conhecimento de causa fosse condição sinequanon. Governar uma cidade é bem diferente do que administrar uma empresa. Quem duvida, olhe atentamente para Belo Horizonte, e não se espante. Ao presenciar cenas como essas, não posso deixa de imaginá-los no conforto de seus lares ou no ar-condicionado de seus carros importantos. Em frente ao Hospital Belo Horizonte, uma cena corta o coração de que ainda tem alguma sensibilidade:
Uma mãe, que não deve ter mais do que 18 anos, espera o ônibus com o seu filho no colo, sem ter abrigo para o sol e nem tampouco a solidariedade dos que são infelizes como ela e também esperam pelo transporte que não vem. Todos marcados pela mesma sorte de terem nascidos em uma cidade de políticos e agentes públicos medíocres, incapazes de enxergar as necessidades do povo, insensíveis. A cena não é ficção e não foi criada, estava lá e foi presenciada. Diante de tamanho disparate, pergunto aos “brilhantes” gestores de BH, incluindo o “Terror” da SUDECAP, o Prefeito e o “especialista do ramo”, o presidente da BH Trans:
Seria possível improvisar abrigos ali, até que o “santo” Move ou (BRT) como queiram, fique pronto? Ou as pessoas terão que esperar o tempo da política para serem respeitadas do seu direito a dignidade? É inadmissível que ninguém se manifeste diante de tamanho absurdo e sofrimento de quem precisa de transporte coletivo em BH nos finais de semana. Desrespeito, desleixo, negligencia, covardia e incompetências são as palavras mais apropriadas para qualificar os responsáveis. Se a turma do deixa disso acha exagero, convido para ir lá, mas leve uma guarda chuva ou uma sombrinha, além do tubo de protetor solar, pois corre o risco de sair com uma insolação.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos e Mobilidade
Presidente do CEPU ACMinas
ONG SOS Mobilidade Urbana
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