O Minascentro é o segundo maior centro de congressos e feiras de Belo Horizonte. Construído no coração da Capital, em frente ao Mercado Central, em um prédio histórico que ocupa um quarteirão inteiro com entrada principal pela Av. Augusto de Lima, o local clama por reformas há décadas.
Reformas necessárias, urgentes e que se não forem feitas, podem causar uma tragédia de repercussões imprevisíveis. O trade turístico não é contra a interdição temporária do Minascentro, mas está reclamando da forma como ela está sendo proposta pelo governo do Estado, através da CODEMIG, que é a gestora do local.
Sem discutir com os atores envolvidos, sem um projeto arquitetônico, ou mesmo um prazo para a sua reabertura, a CODEMIG anunciou o seu fechamento, mas não apresentou um plano de contingenciamento para minimizar as perdas de eventos que aconteceriam nos próximos meses.
Um organizador de eventos que ligar para o Minascentro hoje será informado que o espaço vai ser fechado e não tem data para reabrir. BH não pode esperar muito tempo por esta reforma, pois vive do turismo de negócio e feiras. Mais de 180 hotéis necessitam daquele espaço.
A economia da cidade é baseada na prestação de serviços. É a vocação da Capital e ninguém tem duvidas disso. Com efeito, há conversas de bastidores que revelam outras intenções e elas preocupam a cadeia produtiva do turismo. Fala-se em criar no espaço um museu e até fazer a expansão do Mercado Central na parte inferior do complexo.
O que no entendimento de quem milita no setor de eventos e na hotelaria, como eu, seria algo temeroso á longo prazo e eu explico: A cidade carece de espaços para congressos e feiras com vantagens competitivas. Imagine dividir esse que já é pouco com outras atividades, desvirtuando o seu objetivo principal?
Lembro que a Praça da Liberdade, bem como o seu entorno, tem vários museus e a BH não precisaria de mais um. Nem tampouco de expansões do Mercado Central, já que o mesmo possui meios para expandir-se verticalmente usando seu próprio espaço.
Pelo visto o que está faltando para agradar “gregos e troianos”, já que não está em discussão o conteúdo, mas a forma é um plano de reforma que apresente projetos, tempo de execução, orçamento e prazo para a conclusão da obra.
Falta também um comunicado oficial para os organizadores de eventos em todo o Brasil, e até no exterior, esclarecendo que não se trata de um fechamento definitivo em sem prazo para reabertura, mas de uma reforma que irá durar no máximo seis meses.
Recomenda-se também neste ínterim, informações claras e objetivas a respeito dos espaços capazes de sediar eventos, de modo a não permitir a fuga de feiras e congressos tão necessários para a economia, para o turismo e para o comércio da Capital.
José Aparecido Ribeiro
Bacharel em Turismo – Profissional de hotelaria há 30 anos.
Ex-Presidente e Conselheiro da ABIH-MG (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) – Blogueiro no Portal uai.com
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