O PT de BH deu "pt", bateu de frente, capotou e precisou da ajuda externa para voltar a existir e reclamar o prêmio do seguro. Coisas que só acontecem em Minas. Embora o recomendável nas democracias adultas seja o respeito pela soberania dos diretórios regionais, o imbróglio no PT de BH revela o quanto a nossa história política mudou para pior. Da condição de autônomos e referência, para a condição de autômatos e dependentes. É a 2ª vez que o PT pede ajuda de fora para traçar os rumos da política local. Em Minas isso tornou-se comum, achar que o estrangeiro traz na mala as soluções para os problemas que estão debaixo do nosso queixo. E não é por acaso que o metrô, as BR´s 381 e 040, Anel Rodoviário e tantos outros temas do nosso cotidiano parecem imutáveis, sonhos impossíveis. Foi-se o tempo em que a boa Política Mineira era respeitada e motivo de orgulho. Por aqui, passavam as decisões dos grandes temas. Minas dava as cartas e BH tinha autonomia, era uma Capital altiva, independente e progressista. Hoje nos contentamos com um atraso de 40 anos em infra estrutura, ficamos menos exigentes nas escolhas políticas e nas verbas que selam o nosso destino. Não é por acaso que a qualidade de vida de BH vai de mal a pior. Precisamos das bênçãos de SP, Brasilia e até de Pernambuco para decidir quem vai nos governar. É o fim do mundo. Somos obrigados a aceitar senadores sem votos, presidentes que mesmo sendo daqui, pouco ou nada fazem por nós, Deputados apagados, sem voz e sem vez. Há ainda os que se dizem daqui, possuem mandatos aqui, mas residem no Rio e por ai vai. Cada povo tem o governo que merece e Minas merecia mais do que isso. Merece respeito, autonomia e pelo menos liberdade de escolha de quem vai nos governar.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Belo Horizonte – MG
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