A obra da BR 381 está andando, não como deveria, mas como pode.

O verbo na primeira pessoa não é recomendável para quem escreve sobre temas polêmicos. Porém, preciso ser justo na mesma medida que uso as criticas construtivas no assunto BR 381, não por acaso apelidada de “rodovia da morte”. A famigerada estrada que atravessou décadas revelando o “tamanho dos nossos políticos”, e a falta de compromisso deles com o povo que os elege.

Em 2002, cansado de presenciar tragédias na Rodovia, entre BH e Ipatinga, ouvindo sempre que a culpa era da vítima, (o motorista) criei uma ONG intitulada SOS RODOVIAS FEDERAIS. Fizemos vários movimentos que buscavam chamar a atenção da opinião pública e dos governantes para o fato de que a estrutura da “381”, sua geometria, e o traçado, feito em rotas de burro na década de 50 do século passado, não atendia mais a realidade da demanda.

Contra as colisões frontais só tem um remédio, duplicação. Os carros evoluíram, as carretas dobraram de tamanho, de potência e o número de unidades em movimento, hoje são conhecidas como “bi-trens”, mas a rodovia continua a mesma inaugurada em 1958 para atender FNM´s, fuscas, rurais, e brasilias. Foram muitas as formas de protestos, com palavras, reportagens, milhares de artigos, e ações até de fechamento da rodovia como em 2012. Tudo para tirar os políticos do comodismo, convidando eles para a realidade.

Com efeito, foram também muitas as reuniões com vice-presidentes, ministros, políticos, audiências públicas etc. A imprensa teve papel importantíssimo, mostrando a realidade como ela é, através de números estarrecedores que deveriam deixar governantes envergonhados. Números que não deixavam dúvidas, a “rodovia da morte” precisava de reformas urgentes.

Recordo-me quando a então presidente Dilma Roussef, assinou a ordem de serviço e foi dada a partida para a obra. Mesmo sem projeto executivo e licenças ambientais as licitações foram feitas e e cambaleantes, começou as movimentações da engenharia que tanto nos orgulha. Porém apenas 3, dos 12 lotes sobreviveram. Hoje apenas 2 estão em andamento, talvez um dos mais importantes, sendo executado por um consórcio de empresas sérias, liderado pela ECB-SA.

Sério é também, e olha que conheci os últimos oito que passaram pelo órgão, o atual superintendente do DNIT . Não tenho procuração dele, e sempre fui crítico deste órgão federal pela sua inércia. Mas não posso deixar de registrar que atualmente é dirigido por um servidor comprometido, firme, que tem mostrado competência, interesse, jogo de cintura e talento.

Cheguei até aqui para dar um testemunho de quem acompanha “par e passo” o desenrolar da obra de duplicação e correção de traçado da BR 381 e posso garantir que ela está andando, não como é necessário e deveria, mas como é possível. Acredito que o trecho dos lotes 7A e 7B entre os trevos de Caeté e Barão de Cocais, com 37 km será concluído até o final do ano, se algum “eco-xiita” não resolver interferir.

Lembro ainda que em recente artigo sobre o tema chamamos atenção para a burocracia que não deixava a obra andar, fiz críticas aos representantes do meio ambiente pelos erros e demora nas liberações de licenças ambientais. Elas foram emitidas e mesmo no compasso de mineiro, que é menos acelerado, as coisas estão acontecendo.

Portanto, vamos dar a “césar o que é de césar”, quem ganhou a licitação vem fazendo o dever de casa, com diligencia, quando deixam. Esperamos sinceramente que não faltem recursos e nem atropelos capazes de interromper os trabalhos.

José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Autor do BLOG SOS Mobilidade Urbana – portal uai.com.br
31-99953-7945
Jaribeirobh@gmail.com

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas