Passeios mais largos, e ruas mais estreitas: o resultado é caos no trânsito da cidade inteira.

É provável que o amigo leitor nunca tenha ouvido falar em congestionamento de pedestres na cidade de Belo Horizonte, mesmo na região central onde circulam 1,5 milhões de pessoas todos os dias. Não entendeu? Eu explico: Não há nada que justifique alargamento de passeios, em detrimento de ruas mais estreitas, se não uma leitura equivocada da realidade.

Ao contrario, BH precisa urgentemente de ruas que deem fluidez ao tráfego e corredores capazes de atravessar a cidade sem cruzamentos em níveis. A inversão da lógica que alarga passeios e estreita ruas não muda o comportamento das pessoas, pois a cada dia mais carros são incorporados a paisagem urbana. Isso não é suposição, é fato comprovado.

Lembro que carros não são conduzidos por et´s, mas por cidadãos que tem o direito de comprá-los e usá-los como bem entenderem. Essa tentativa velada de exorcizar o carro, diminuindo a largura das ruas, estreitando cruzamentos é uma ação desastrosa que não considera o desejo da população e que vai custar caro aos cofres públicos no longo prazo.

A ideia é importada da Europa por urbanistas que insistem em achar que são portadores da verdade. Eles desconsideram a realidade e tentam dizer o que é o melhor para o conjunto da sociedade. Comportamento típico de esquerdistas que acham que o povo não tem capacidade para fazer escolhas e precisa de um pai chamado governo.

Enquanto passeios ficam mais largos e as ruas mais estreitas, motoristas seguem cada vez mais estressados no pior trânsito do Brasil, segundo pesquisa da Im Traff, empresa especialista em engenharia de tráfego e transportes, sediada aqui mesmo na capital. Hoje são 165 km de engarrafamentos nos horários de pico, em breve, se não houver investimento em infraestrutura e transporte de qualidade, serão 265 km.

Os exemplos que ilustram esta inversão despropositada começam pelo projeto MOBICENTRO, da BHTRANS, na região central da capital que esta sendo praticamente fechada para carros, a força. Todas as entradas do hipercentro foram afuniladas em duas ou três pistas de 2,8m de largura, ainda que importantes corredores atravessem a região e o motorista não tenha alternativas de rotas. O Boulevard Arrudas tem passeios de 8m vazios, e pistas de 3,6m entupidas.

No Belvedere os passeios tem 6m de largura e as pistas 3,6m, um funil impraticável. Em frente ao BH Shopping, tem uma praça com 23m e uma via estreita recebendo fluxo dos condomínios de Nova Lima. Caos a qualquer hora do dia. No Buritis, na Av. Mário Werneck, reduto da BHTRANS, os passeios tem o dobro de largura das pistas e o trânsito é desesperador a qualquer hora do dia ou da noite.

Na Av. Pedro II continuando na Tancredo Neves o canteiro central tem 15m e as pistas laterais não suportam mais o volume de veículos que passam ali em direção a mais de 20 bairros. Na Av. José Cândido da Silveira, tem um canteiro central com o triplo da largura das pistas laterais sempre abarrotadas de veículos. A Savassi virou território vazio, comércio quebrado, ruas e avenidas impraticáveis.

Tudo isso para atender caprichos de servidores que ignoram o desejo da população, e copiam modelos. Não de sacrifica espaço de ruas estreitas em uma cidade que emplaca 180 carros por dia. Elas deveriam ser alargadas onde passeios servem de enfeites. A cidade tem mais de 200 GARGALOS esperando por obras.

Portanto, mais do que desrespeitar o direito de ir e vir da população que optou pelo transporte individual a PBH, a BHTRANS e a SUDECAP praticam crime de DISCRIMINAÇÃO. Cidadão a pé, de ônibus, de bicicleta ou de carro, deveriam receber o mesmo tratamento.

José Aparecido Ribeiro
Jornalista – DRT 17.076 – MG – Blogueiro nos portais: uai.com.br – osnovosinconfidentes.com.br
Colunista nas Revistas: Exclusive, Mercado Comum, Minas em Cena e Entrevias
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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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