A pista exclusiva do BRT-Move da Av. Pedro II segue prejudicando o comércio sem ter grande significado na melhoria da mobilidade urbana daquela região. Importante corredor que liga a Av. Olegário Maciel ao Anel Rodoviário, com 8 km de extensão, a Pedro II não atende apenas os bairros Caiçara, Padre Eustáquio, Bomfim, Jardim Montanhês, São José, Jardim Alvorada e Adelaide, o que já bastaria para ganhar a atenção dos gestores do trânsito da capital. Ela atende toda a Região da Pampulha e Regional Noroeste da cidade com mais de 400 mil habitantes, se somadas as duas Regionais.
Na maior parte do tempo entre 6H e 20H a pista destinada aos ônibus fica praticamente vazia, enquanto milhares de veículos disputam as duas pistas em direção ao centro pela manhã e no sentido contrário em direção aos bairros, no final da Tarde e início da noite. Se somado o número de pessoas que passam pela Av. Pedro II em ônibus e em veículos particulares, o número do segundo é superior ao primeiro. Per capita, são transportados mais indivíduos em veículos particulares.
As ações de mobilidade deveriam respeitar o desejo da população, e não o que pensam alguns técnicos que insistem em modelos importados que viraram paradigmas e não se aplicam a realidade topográfica e climática da Capital. A Av. Pedro II tem historia no ramo automotivo, com diversas lojas de peças, serviços e revenda de automóveis, e é passagem para vários bairros. Porém, depois do advento do Move, (pós Copa do Mundo de 2014) aliado à crise econômica, o comércio vem sofrendo com o esvaziamento e encerramento das atividades de centenas de lojas.Há um afastamento da população pelos serviços da Pedro II pela dificuldade de acesso às lojas.
As mudanças foram feitas em 2014 e não houve acompanhamento para medir os benefícios ou prejuízos que a “BUS WAY” causou para a região e para o comércio local. Se ao invés de duas, as três pistas fossem liberadas para carros com permissão de estacionamento faixa azul em determinados locais, como era até 2014 o comércio poderia ser reaquecido e isso não significaria perdas para o transporte coletivo.
Com efeito, o BRT não obteve ganhos capazes de desafogar o tráfego nos horários de pico, tornando a pista segregada ociosa na maior parte do tempo. A pista exclusiva foi aberta em 7 de Junho de 2014 e de lá para cá os prejuízos só aumentam para o comércio da Pedro II. É chegada a hora da BHTrans descer do salto e admitir que está havendo mais perdas do que ganhos, e assim devolver a fluidez dando algum alento para o comércio daquela importante avenida. Basta para isso ter humildade.
José Aparecido Ribeiro
Jornalista, blogueiro nos portais www.uai.com.br – www.osnovosinconnfidentes.com.br
Colunista nas Revistas: Minas em Cana, Mercado Comum e Exclusive
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