O Decreto 15.317 que instituiu o "Plamob" (Plano de Mobilidade de BH), inspirado na experiência de Bogotá, cidade Colombiana situada no Altiplano Andino, a 3,7 mil metros de altitude, com topografia plana e clima de 17º em média, durante maior parte do ano, prevê a implantação de rodízio para o trânsito de BH, em casos extremos. Ou seja, quando o colapso acontecer o “Representante da PBH”, cujo nome estou proibido de mencionar, pode lançar mão deste instrumento, na tentativa de minimizar o caos. Mas o que é o caos, se não o que já estamos vivendo? Não consigo imaginar cenário pior do que o atual, comprovado por pesquisa recentemente publicada pelo IPEA. A opinião é unanime nas rodas de bar e nas da engenharia especializada. A gravidade do tema só é minimizado nos gabinetes da Afonso Pena 1.200 e na BH Trans.
Com efeito, é importante lembrar que em nenhuma cidade onde o rodízio foi implantado, ele deu certo, ao contrario, é unanimidade para os especialistas que rodízio só piorou a situação. São Paulo é o exemplo mais próximo. Em declarações recentes, em evento no Teatro Francisco Nunes, o “Representante da PBH” afirmou que o caminho é o transporte coletivo e os investimentos estão sendo feitos em ritmo “acelerado”. Para tartarugas… São esperados até 2030, a bagatela de 100 Km de BRT (Move), 100km de corredores segregados para ônibus, perpetuando o atraso, e 50 Km de metrô. Ressalta-se que a tese de que BRT e metrô são as soluções, é combatida pelo corpo técnico de engenheiros das principais entidades envolvidas com o tema da mobilidade, incluindo todas as faculdades de engenharia, seus Mestres e Doutores.
“Inexplicavelmente”, a PBH continua apostando no BRT e no metrô, quando, na opinião daqueles especialistas, o dinheiro daria para construir, com aproveitamento 5 vezes maior, o Metrô Leve (Monotrilho), em tempo 4 vezes menor e 3,5 vezes mais barato. A insistência da BH Trans e do “Representante da PBH” no modal ônibus, revela, entre outras coisas, descompasso com a realidade e inflexibilidade do “Plamob”. Outro fato chamou atenção na fala do missivista: Não se ouviu nada a respeito das intervenções de infra estrutura que BH precisa urgente. A Capital tem mais de 100 gargalos que exigem trincheiras, elevados, pontes, viadutos, túneis e passarelas.
Para agravar, faltam estacionamentos subterrâneos e verticalizados, proibidos por Lei. Leis que diga-se de passagem, andam na contramão da realidade. Lá também foi pedido paciência para os cidadãos belo-horizontinos. De fato é preciso ter para não explodir. BH ficou sem obras de infra estrutura por 40 anos. A frota que era de menos de 100 mil veículos, hoje se apróxima de 2 milhões, considerando a frota flutuante. Se não bastasse o tempo de espera, quando as obras vem, são feitas em ritmo muito mais lento do que o aceitável. Veja os exemplos da Cristiano Machado, Antonio Carlos e da região Central da Capital. O que está ruim, é bom que se diga, tende a piorar.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Mobilidade e Assuntos Urbanos
Presidente do CEPU ACMinas
ONG SOS Mobilidade Urbana
31 9953 7945
CRA-MG 0094/94