Quando vejo um ex-governador, ex-deputado federal, ex-senador da república, (Sr. Eduardo Azeredo) vir a público dizer que a lentidão das ações para RECONSTRUÇÃO da BR 381 Norte é irresponsabilidade dos políticos, tenho a sensação de que todos eles moram em outro planeta. Se ele que esteve na política, como deputado federal, governador e senador, não conseguiu sensibilizar seus pares por essa omissão, o que dirá nós mortais que somos vítimas da incompetência deles.
É inacreditável e inadmissível que esta rodovia continue sendo objeto de disputas político partidárias. A BR 381, revela entre outras coisas, a falência do modelo eleitoral brasileiro e a ineficiência da divisão das responsabilidades entre Estados e a União, atolados em uma burocracia ineficiente e pesada. Embora MG tenha, ao longo de 8 anos de Governo Lula, 6 mineiros, na mais alta hierarquia do poder executivo, incluindo um Vice-Presidente da República, nada aconteceu para que a reconstrução da rodovia ocorresse em tempo de evitar centenas de mortes.
Vamos lembrar dos nomes que lá estiveram e não conseguiram usar seus cargos e prestigio para salvar vidas de inocentes nas curvas assassinas da Rodovia da Morte: Luiz Dulce, Hélio Costa, Patruz Ananias, Walfrido dos Mares Guia, José Alencar e a Mineira Dilma Rouseff. Isso sem contar com deputados federais que foram diretores gerais do DNIT e que hoje ocupam cargos de secretários de estado, cujo os partidos, fazem parte da base aliada do governo. Políticos que usaram a rodovia como mote de campanha e se elegeram fazendo promessas vãns. Tem os que são do setor de transporte e nunca tiveram votos, mas nos representam no Senado e fazem política em benefício próprio.
Lembro ainda do próprio político missivista e de toda a bancada federal do Estado em Brasilia, alguns frequentadores assíduos desta coluna, que é um espaço democrática e suprapartidário. Embora as construtoras tenham razão ao apontar falhas gravíssimas no projeto executivo da 381, que demorou mais de 10 anos para ficar pronto e precisa ser refeito, elas também tem culpa, pois deveriam vir a publico, por meio de suas associações mostrar para sociedade o que é necessário, já que elas serão responsáveis pela execução dos projetos. Acusar o DNIT não basta, é preciso apresentar alternativas viáveis que possam ser executadas em tempo habil.
A simples duplicação da 381, é importante que se diga, não vai resolver a calamidade que virou a rodovia e nem tampouco acabar com as mortes. A estrada precisa ser reconstruída com um novo traçado, menos sinuoso e mais seguro. O que foi feito ha 60 anos atrás não serve mais ao modelo de veículos e caminhões que o País produz e que trafegam ali. Construída para atender uma demanda de menos de mil carros, hoje a 381 recebe mais 40 mil veículos, 30%, caminhões pesados e com 30 metros de comprimentos, os famoso bitrem. Em alguns trechos, as carrocerias invadem a pista contrária, transformando as viagens em risco iminente de morte para qualquer um, inclusive os que são prudentes ao volante.
A sociedade espera que o MP Federal, a OAB, FIEMG, ACMINAS, CREA, SME, AMAGIS, PROCURADORIAS e as entidades de defesa se mobilizem urgentemente e coloquem esse tema na pauta do dia. Não é possível mais ouvir na imprensa sucessivas desculpas e a falta de responsabilidade coletiva sem que ninguém seja punido. Srs. Promotores, e Procuradores, se os políticos não cumprem com suas obrigações, é hora de interditar essa rodovia, antes que um de vocês tornem-se vítimas deste festival de omissão, negligencia, prevaricação e desídia. Não lhes faltam qualificações para enquadrá-los e exigir respostas URGENTES. Afinal, de quem é a culpa pelo jogo de empurra sem fim que faz da BR 381 a Rodovia da Morte, tudo isso debaixo do queixo das autoridades?
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Transito e Mobilidade
Presidente da ONG SOS Rodovias Federais
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
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