Sacolinhas: O Imbróglio continua e os ambientalistas desconhecem a realidade do pobre.

O imbróglio continua mesmo com as propostas do MPE, que sugere o retorno das sacolinhas  biodegradáveis. Os ambientalistas e os defensores do fim das sacolas biodegradáveis vivem longe da realidade e não conhecem o dia a dia de quem usa o transporte coletivo de BH. Uma coisa é ter sacolas e caixas no porta malas de um carro e outra muito diferente é fazer compras e carrega-las dentro de um ônibus ou metrô lotados na hora do rush. Ninguém é contra medidas para proteger o meio ambiente, mas desde que isso não pese no bolso do trabalhador que vende o almoço para comprar o jantar. A tese de que “hoje ninguém mais briga por que não tem sacolinhas”, defendida por ambientalistas e pequenos burgueses, não se confirma na prática. A maioria das pessoas esquecem ou não podem comprar sacolas retornáveis. São trabalhadores que ganham um salário mínimo e não podem desviar nenhum centavo de sua renda, sob pena de fazer falta para a sua sobrevivência. O resultado disso é que muitos estão deixando de comprar ou compram apenas o que cabe nas mãos. Dizer que ficou mais fácil e que todo mundo aderiu às sacolas retornáveis é desconhecer totalmente a realidade. Dizem que a medida do mundo é a nossa medida. Portanto o que é bom para alguns, não significa que é recomendável para outros. As sacolinhas permitem que o trabalhador carregue suas compras com uma mão e segure no ferro do ônibus com outra. A maioria das pessoas de classe mais pobre não podem adquirir sacolas e quem deveria oferece-las é quem vende os produtos, (os supermercados). Além de amassar os produtos, as sacolas de lona ou de pano, exigem esforço que muitos não podem fazer, ao concentrar o peso em uma única embalagem. É preciso que os ambientalistas entendam o drama dos trabalhadores pobres na pratica e assim pensarão duas vezes antes de achar que todo mundo enxerga o mundo como eles querem.  Quem possui carro se diz satisfeito com as medidas, porém, quem faz uso do transporte coletivo em Belo Horizonte, não concorda com o repasse do valor das sacolas compostáveis, nem tampouco com o seu banimento. Enquanto se discute quem paga a conta, o que as autoridades e os supermercadistas deveriam fazer é construir Usinas de Beneficiamento e implantar a coleta seletiva em todos os bairros de BH. Isso sim é atitude de quem preocupa-se com o meio ambiente. Transferir para  pobre o ônus da preservação do meio ambiente é puni-lo duas vezes, o que beira a insanidade e a covardia.

 

José Aparecido Ribeiro

Consultor em Assuntos Urbanos

Presidente do Conselho Empresarial de Política Urban da ACMinas

CRA – MG 0094-94

31-9953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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