Vai pegar estrada? Atenção redobrada.

As chuvas estão chegando, e com elas os acidentes com vítimas fatais nas estradas. Como acontece todos os anos, os índices aumentam nesta época, sobretudo as mortes por colisões frontais, que já viraram rotina nas manchetes dos Jornais, especialmente os de Minas Gerais, estado que tem a maior e a pior malha rodoviária do país. 

Há todo tipo de explicações para as tragédias: Embora a imprudência lidere as estatísticas como a principal causa de mortes nas rodovias, devendo ser combatida com tenacidade, não é ela sozinha  a única responsável por tantas vitimas. Nem tampouco a velocidade e o álcool podem ser consideradas as principais vilãs que ceifam vidas. 

A maior causa de mortes em rodovias, nao deve ser imputada ao mal motorista, mas ao governo Brasileiro (Ministério dos Transportes). Isto por que o modelo de estradas que atravessam o país, em sua maioria, são de pistas simples. Nelas a vida e a morte estão divididas por uma faixa de 50 centímetros de largura. Quando elas existem.

Nos Estado Unidos e na maioria dos países europeus, um veículos não cruza com o outro em sentido oposto, em alta velocidade sem que exista proteção física no meio das duas pistas. Pelo menos nas rodovias de auto fluxo, com volume de tráfego acima de 40 mil veículos dia.

Elas são construídas com pistas independentes separadas por barreiras de concreto ou aço, ou mesmo distantes umas das outras e com canteiros centrais.  Lá também há cuidados especiais durante a construção, considerando detalhes como rodo* (inclinação) das pistas e a instalação de "grouves" (ranhuras nas laterais) que alertam o motorista quando o veículo sai do seu curso, por descuido ou por que ele cochilou ao volante.

Todos, detalhes simples que evitam tragédias e que custam pouco se comparado aos prejuízos causados pelos acidentes e suas sequelas. Se não bastasse, lá os carros saem de fábrica com uma pequena diferença no alinhamento, que os empurram para a direita para que o motorista seja alertado quando a roda tocar nas ranhuras laterais. Ainda assim, se este sistema falhar, o carro encontrará, em pontos vulneráveis das rodovias, onde há curvas, terreno preparado para receber o impacto das rodas em um gramado com argila e areia, desacelerando imediatamente o carro, evitando capotamentos e colisões em barreiras fixas, que podem matar.

Com efeito, não é necessário sair do Brasil para conhecer boas rodovias. Aqui mesmo no Estado de São Paulo, onde os índices de acidentes são menores embora a frota seja a maior do Brasil com mais de 26 milhões de veículos. Em SP as rodovias são construídas com pistas separada. Exemplo da boa engenharia a serviço da vida , evitando curvas e pistas sinuosas, declives e rampas acentuadas. O resultado são rodovias mais seguras e menos acidentes fatais.

Vai viajar em rodovias de pista simples? Os cuidados devem ser redobrados. Dê preferência as viagens diurnas e espere a chuva passar. Sua vida e a da sua família valem mais. Dispensa dizer que a manutenção do carro deve sempre estar em dia e que a distância de segurança é aquela que te permite enxergar as rodas da frente do carro que segue na sua dianteira.
Fica a dica e uma boa Viagem! 

José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos e Transito
Membro da Comissão Técnica de Transporte da SME – Sociedade Mineira dos Engenheiros
Presidente da ONG – SOS Rodovias Federais de MG
CRA MG 08.00094/D
31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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