O Túnel do Ponteio e o Viaduto São Francisco revelam entre outras coisas, traços de provincianismo e a fragilidade de Belo Horizonte para dar respostas à eventos que afetam a infra estrutura da cidade. Mostra de forma explicita e inequívoca, a falta de compromisso do DNIT com a coisa publica em Minas Gerais e uma Prefeitura refém da boa vontade de agentes públicos descomprometidos com a Cidade. Mostra também sua incapacidade de resolver problemas simples, dentro do seu próprio território. O recomendável é primeiro resolver o problema, depois discutir para onde mandar a conta. E não o contrário, como vem ocorrendo. Diante desta inércia, fica uma pergunta: BH está preparada para enfrentar catástrofes naturais? Se não conseguimos resolver problemas simples como esses, que dirá eventos maiores como os que aconteceram no Sul do Brasil, em Angra do Reis, Niterói e até mesmo aqui em Minas nas cidades que foram afetadas pelas chuvas. A reflexão nos permite divagar e fazer comparações, imaginando se esses incidentes fossem em São Paulo… Ninguém tem duvidas de que os problemas seriam resolvidos em prazo muito menor e os dois assuntos já teriam sido liquidados.
A Engenharia do Século XXI, que atende a Ásia, os EUA e a Europa é a mesma que nos serve. Contudo, aqui, via de regra, temas de engenharia simples acabam virando assuntos de primeira página de jornais e imbróglios sem solução. Pior do que tudo isso é constatar a passividade do povo e o silêncio de vereadores, prefeito, deputados, governador e dos senadores que representam Minas e não se movem para dar um basta na inércia do DNIT. Com efeito, não só os dois exemplos de BH, referentes ao Túnel do Ponteio e ao Viaduto São Francisco, mas praticamente todas as Rodovias que atravessam Minas apresentam falhas de manutenção, que estão sob responsabilidade do órgão ligado ao Ministério dos Transportes (DNIT). A impressão que fica é a de que nossos representantes estão sofrendo de um mal crônico que Freud chamou de baixa auto estima. Vejo senadores e deputados federais brigando por temas nacionais que pouco tem a ver com as demandas de Minas e pergunto: Onde estamos errando? Será que o nosso voto é menos importante do que o voto do cidadão paulistano? Ou será que o exercício da política exige mais do que popularidade e "cacife" ($) para adquirir mandatos? Diante deste dois problemas, simples de serem resolvidos, só posso acreditar que nosso Estado foi esquecido por Brasília. E não é por falta de representatividade, mas pela qualidade dos que lá estão em nosso nome, usando mal suas procurações conferidas através do voto. Triste escolha as que fizemos.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos e Transito
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
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