Tentativa de barrar a Stock Car saiu do campo da racionalidade, virou disputa de egos, revelando a mentalidade tacanha da turma do deixa disso

É inimaginável que tanta energia tenha que ser gasta por que meia dúzia de “iluminados” não querem ouvir barulho  – Justiça Federal mantém a realização do evento

Foto: Rodrigo Guimarães

Belo Horizonte é mesmo uma cidade emblemática quando o assunto é desenvolvimento e progresso. Tem gente que prefere viver no estacionamento da história, e para isso vale condenar a cidade ao atraso. Não é por acaso que BH patina, enquanto o seu entorno cresce. Vale para a infraestrutura, estagnada há 5 décadas. Vale para o código de postura e de obras, que condena a cidade a feiura e a mediocridade no campo da arquitetura e da engenharia. Tudo isso para agradar a mesma categoria de pessoas, a turma do deixa disso. Gente que se acha mais importante do que as outras.

O assunto Stock Car saiu do campo da razão e transita agora no campo das vaidades, da demonstração de poder, do atraso escancarado que provoca náusea e tristeza, da falta de bom senso e da mesquinhez que permeia parte da sociedade belo-horizontina defensora do atraso, a parcela que não deixa a cidade evoluir, só enxerga o próprio umbigo. Qualquer cidade civilizada do mundo briga por um evento desses, sabe o que ele traz de benefícios. Aqui, briga-se para não realizá-lo, com argumentos pífios e a marca da insensatez, do egoísmo.

É inacreditável que a realização de um evento tão importante e que vai gerar benefícios econômicos e sociais, cause tanto desgaste. São capítulos da história de BH que precisam ser superados, batalhas que revelam o caráter de pessoas que pensam pequeno, são atrasadas e que ocupam cargos importantes, em especial na soberba estrutura da Universidade Federal de MG, predominantemente de esquerda. Gente que deveria ser no mínimo, sensatas, com pensamento grande, defendendo o desenvolvimento da cidade, e participando dele ativamente. Mas é exatamente o contrário, são os primeiros a puxar para trás.

É inimaginável que tanta energia tenha que ser gasta por que meia dúzia de “iluminados” que não querem ouvir barulho, resolveram impedir que um evento da envergadura da Stock Car Pro Series, não aconteça. Na última sexta-feira, 12 de julho, no entanto, uma faísca de sensatez veio por parte da juíza federal Adriane Luísa Vieira Trindade, da 1ª Vara Federal Civel de Belo Horizonte, que entendeu ser justa a manutenção do evento em Belo Horizonte, entre os dias 15 e 18 de agosto.

A magistrada em sua decisão, deferiu parcialmente o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que, no prazo de dez dias, os organizadores da etapa de Belo Horizonte da Stock Car apresentem “proposta de mitigação acústica – contendo detalhamento de suficiência técnica, bem como viabilidade de implantação – nos pontos de impacto biologicamente sensíveis da UFMG: Hospital Veterinário, biotério central, biotério de cães, biotério de macacos e estação ecológica”. A decisão desta sexta (12) descartou a paralisação das vendas de ingressos, patrocínios e áreas de relacionamento.

Sugiro a magistrada que pergunte aos chatos de galocha da UFMG e seus apoiadores, turma do deixa disso, o que eles têm feito para impedir motos sem miolo no escapamento que circulam 24 horas incomodando e tornando a vida de quem vive em BH um verdadeiro pesadelo. Ou os ouvidos deles são seletivos, só escuta o que lhes convém? Cambada de pusilanemes desqualificados, insensatos e vaidosos. Isso é o que eles são, com o perdão da palavras, caro leitor, e os adjetivos que não devem permear um texto jornalístico.

No entendimento da magistrada o evento está muito próximo e, neste momento, não cabe à Justiça suspender a sua realização. Ela destacou como pontos importantes para a sua decisão o alto investimento já empenhado, os funcionários contratados e, também, o compromisso firmado com o Ministério Público de Minas Gerais e a Prefeitura de Belo Horizonte, para mitigar os impactos sonoros do BH Stock Festival.

Sérgio Sette Câmara, diretor da empresa Speed Seven Participações Ltda, que responde pela organização do evento, comentou a decisão. “Recebemos com muita serenidade a decisão da juíza Adriane Luísa Vieira Trindade, profissional que tem grande experiência e analisou o caso de forma muito detida. Ao nosso ver a decisão foi muito bem redigida e determinou a apresentação de um estudo de mitigação dos impactos sonoros. Do nosso lado, é algo que chegou de forma natural, uma vez que já vem sendo realizado e, inclusive, foi apresentado no acordo com o Ministério Público Estadual e Prefeitura. Faremos exatamente o mesmo trâmite dentro do prazo estabelecido pela decisão judicial. Além de apresentar este estudo vamos, sobretudo, implementar de forma eficiente a solução acústica apresentada, uma vez que nosso objetivo, obviamente, é o de realizar, além do evento de 2024, as próximas quatro edições acordadas com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e a Vicar Promoções Desportivas S/A – promotora nacional da Stock Car”.

Leia a íntegra do despacho:

“Nessa perspectiva, é de se ponderar que as empresas rés obtiveram do Poder Executivo Municipal a autorização para a realização do evento, estando ainda em andamento as tratativas para a concessão da licença. Há notícia de que foi firmado Termo de Compromisso com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Evento 15 – ANEXO3) no qual os organizadores da corrida se comprometeram a requerer as licenças e autorizações necessárias, bem como a apresentar a identificação e avaliação de todos os impactos ambientais e urbanísticos decorrentes da atividade – incluindo emissão de ruídos e poluição sonora e impactos viários – a identificação das medidas mitigadoras e compensatórias e o acompanhamento e monitoramento dos impactos.

Outro aspecto a ser considerado é que falta pouco mais de trinta dias para a corrida. Não é preciso muito esforço para se concluir que, num evento desta magnitude, já foi investida considerável soma em dinheiro na realização do evento. Isso sem falar nas empresas (fornecedoras, locadoras, patrocinadoras) e pessoas (funcionários de apoio) já contratadas, bem como naquelas que esperam movimentar seus negócios com o aumento no consumo de bens e serviços, como hotéis, restaurantes, empresas de turismo etc.

Dentro de todo esse contexto, sobretudo neste momento de cognição sumária, não cabe ao Poder Judiciário tomar decisões que direta ou indiretamente tornem inviável a realização do evento, o que, na opinião do Juízo, acabaria ocorrendo se deferidas todas as medidas requeridas pelo MPF.

Em face do exposto, DEFIRO em parte a liminar para determinar que as requeridas apresentem, no prazo de 10 dias, proposta de mitigação acústica – contendo detalhamento de suficiência técnica, bem como viabilidade de implantação – nos pontos de impacto biologicamente sensíveis da UFMG: Hospital Veterinário, biotério central, biotério de cães, biotério de macacos e estação ecológica”.

Sobre o BH Stock Festival

O evento, que marca a estreia do campeonato Stock Car Pro Series em Belo Horizonte, vai proporcionar emoções na pista, com treinos e competições, shows musicais, espaços dedicados a atividades para toda a família e um festival gastronômico, na Esplanada e no entorno do Mineirão.

Data: 15 a 18 de agosto de 2024 (quinta a domingo)

Local: Entorno e Esplanada do Mineirão – Av. Antônio Abrahão Caram, 1001 – Pampulha, Belo Horizonte – MG

Vendas disponíveis em https://www.sympla.com.br/

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

4 Comments

  • Acho que o ilustre acusador é no mínimo mal informado, além de sectário. Sua opinião é cega, talvez pela incapacidade de entrar no meio acadêmico. Você deveria primeiro procurar saber se essa briga é apenas da comunidade universitária. A comunidade que vive no entorno do autódromo que eles estão construindo sem qualquer estudo de impacto não está nada satisfeita, são inúmeros os transtornos no trânsito da região pelo fechamento de ruas fundamentais ao acesso à região da Pampulha. Ele deveria no mínimo estudar melhor um problema em que dá pitaco. Quando ele acusa a comunidade da UFMG de atrasada e vitimiza a PMBH não enxerga no todo as ações dessa instituição. Mais absurda e digna de suspeita foi a facilitação e o interesse na construção de um autódromo com verba pública, sem consulta, sem estudos ambientais e de impacto na vizinhança e sem exigir qualquer compensação. Atrasada e sem visão dos ganhos na construção de um empreendimento, isso cabe melhor à PMBH que, ao contrário da visionária prefeitura do Rio que está trabalhando para liberar terreno e dando isenção ao Flamengo para construção de seu estádio, atrasou em 5 anos a construção da Arena MRV e enfiou na goela dos empreendedores um custo aproximado de 300 milhões em obras na cidade, a título de contrapartida pelo mal que os empreendedores estariam fazendo ao município. Uma obra no mínimo 30 vezes maior e com retorno permanente ao município, o ano todo, ao contrário de uma obra para poucos dias de uso e custeada em parte com o nosso dinheiro. Como pode um tratamento tão diferenciado? O que faz a PMBH enxergar as duas obras de forma tão diferente? Acho que aqui caberia ao ilustre acusador da comunidade da UFMG uma visão mais ampla e menos burra. Sectarismo além de burro pode significar a visão de alguém com interesse próprio.

  • É realmente de uma infelicidade imensa toda essa postura de uma minoria que se volta contra um evento gigante como este por pura vaidade e muitas das vezes por causa de militância!! Concordo plenamente com o posicionamento do jornalista quando ele questiona e a seletividade da poluição sonora, visual e ambiental que vem sendo questionado desde que o evento foi anunciado!!! Eu como fan de automobilismo irei viajar mais de 200km para prestigiar o evento!!!! Os caras tem o evento dentro de casa e não querem!!! É realmente muito triste vermos a galera na contramão do progresso e das inúmeras oportunidades comerciais que o evento irá proporcionar

    • Esse texto poderia ser facilmente direcionado aos empresários que de forma irresponsável e pensando apenas em lucro desconhecem o trabalho e desenvolvimento gerado pela Universidade. Muito além do prazer e lazer de alguns a universidade gera conhecimento para mitigar doenças, desenvolvimento de medicamentos, tecnologia para o desenvolvimento de carrinhos de corrida entre tantos outros benefícios para a sociedade. Aqui se fala de ego, mas os que estão contra essa corrida insana defendem a saúde e bem estar dos animais internados em um hospital, onde foi construída uma pista. Fala se de investimentos, mas não foi considerado o investimento financeiro e de tempo empregado em pesquisas que podem ser arruinadas pelo estresse aos animais das pesquisas gerado pelo barulho de mais de 30 carros correndo ao lado dos biotérios. Além dos equipamentos sensíveis ao barulho e a trepidação. Mais importante que um “desenvolvimento” momentâneo é o desenvolvimento científico, que não será benefícios apenas para meia dúzia de apreciadores de autorama.
      Com tantos lugares interessados em ter essa corrida, não faltará lugares mais adequados para acontecer. Não será preciso usar o prestígio da Pampulha e Mineirão. Cabe aos organizadores desse empreendimento baixar um pouco o seu ego e escolher outro lugar.
      #stockcarnomineiraonao
      #stockcarnaufmgnao

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