Secult aproveita a data para lançar projetos de atração turística no Modernos e Eternos – Instituto Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) na Praça da Liberdade
A data do desmembramento da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro pela Coroa Portuguesa, que deu origem à Capitania de Minas Gerais foi no dia 2 de dezembro de 1720, marcando simbolicamente o nascimento do estado. Porém, só em 1979 que o dia 16 de julho foi instituido pela lei nº 561 como dia oficial de Minas Gerais – remontando à chegada, em 1696, da bandeira chefiada pelo coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça à região onde está localizada hoje a cidade de Mariana, primeira cidade mineira.
O Dia de Minas Gerais é celebrado no próximo domingo 16 de julho, e marca a trajetória de três séculos do estado e de seu povo. 303 anos se passaram mas o mineiro continua falando “UAI” sô! A associação nasceu do “why”, que significa porquê, em inglês, e tem o mesmo som do uai, a uma expressão de surpresa, uma marca indelével da mineiridade e que virou forma de identificação pelo sotaque do cidadão mineiro onde quer que ele esteja.
Foram os bandeirantes, em busca do ouro escondido nas montanhas que desbravaram a região que hoje compreende o estado de Minas em meados do século XVI. Eles descobriram o ouro e as pedras preciosas e por aqui ficaram, fundaram lugarejos que viraram cidades e que transformaram Minas em um dos estados mais importantes e com o maior número de municipio do Brasil, são 853. Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, que, em 1720, foi desmembrada em São Paulo e Minas Gerais. Nascia ai os dois estados que viria um dia a protagonizar a política do café com leite, cuja razão era a sucessão de personagens no poder central.
A cidade de Mariana foi a primeira vila (1711), a primeira capital (1712), a primeira cidade (1745) e a primeira diocese (1745) de Minas, sendo chamada de “primaz de Minas”. Para quem não sabe a etimologia, Minas Gerais se relaciona em essência ao local onde se abrigar campos de extração de inúmeros minérios, principalmente ouro e as pedras preciosas, denominadas “minas gerais”, em oposição às minas particulares ou por sua variedade de tipos de minério.
Hoje não tem mais ouro na quantidade que existia quando os Bandeirantes chegaram, mas o minério de ferro segue inesgotável. Além dele o Nióbio, o Manganês a Bauxita e vários outros, incluindo a gemas, são extraídos aqui e continuam justificando a etimologia do termo minas gerais, pois é delas que se extraem as riquezas que movimentam a industria brasileira e mundial.
Além dos minérios, Minas possui cerca de 62% do Patrimônio Histórico do Brasil, em cidades como Ouro Preto, Congonhas do Campo, Diamantina, Sabará, São João Del Rey, Catas Altas, Santa Bárbara, Prados e outras. São verdadeiros museus a céu aberto, onde se pode apreciar boa parte das obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e outros artistas barrocos. A Unesco as considera várias delas como patrimônio histórico mundial, com destaque para Ouro Preto.
O que é ser mineiro?
Minas são muitas, mas o mineiro em síntese é aquele individuo que preza pela simplicidade e humildade, guarda a pureza de alma, a modéstia, tem na sua história registros de coragem e bravura ao longo da emancipação do Brasil, conquistada graças a coragem de alguns deles, conhecidos, como o Alfares Tiradentes (Joaquim da Silva Xavier) e os Inconfidentes que protagonizaram a libertação do Brasil do jugo português. Ele aprecia a fidalguia e a elegância, é discreto e “come quieto”. Ser mineiro é ser humilde, é ouvir o cantar dos pássaros e o mugir do gado, é sentir o cheiro da roça, o despertar do tempo e o amanhecer da vida com jeito próprio que é facilmente identificado.
Mineiros têm a fama de passar pela vida no anonimato, de trabalhar em silêncio e não fazer alarde de seus feitos e conquistas. Costuma ser ser rico mas prefere não ostentar, chama latifúndios de “terrinhas” lá no interior onde ele e a família nasceram e alguns conseguiram acumular fortunas. Mineiro não troca um pássaro não mão por dois voando, é observador e sagaz.
Adora tutu, feijão tropeiro, canjiquinha, couve com angu e feijão, um leitãozinho a pururuca, quando convidado pelo amigo, e não abre mão de uma cachacinha, com ou sem limão. A cozinha mineira é repleta de iguarias que agradam aos mais diversos paladares. Quem afinal resiste a um franguinho com quiabo, uma vaca atolada, um docim de leite, goiabada cascão e ao pãozim de queijo? Tudo isso agora virou patrimônio imaterial reconhecido pela Unesco. Trabalho louvável da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo junto ao Iepha e ao Iphan, que transformaram a Cozinha Mineira em Patrimônio Cultural.
Secult lança programas em parceria com o Sebrae para atração de turistas
O dia 16 de julho não poderia passar despercebido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, a Secult-MG que está planejando para o próximo sábado (15), o lançamento de dois programas de incentivo ao turismo que em Minas é eminentemente cultural e tem a ver com a história, as tradições e a vocação do estado. Serão lançados o Mais Turista e o Minas Criativa em parceria com o Sebrae.
Foto: Lucas Gil – Marcelo Souza e Silva
O evento acontece neste sábado (15), às 10h no Modernos e Eternos – Instituto Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha)n da Praça da Liberdade, 470 e vai contar com a presença do Secretário Leônidas Oliveira e o presidente do Sebrae Minas, que também é presidente do CDL BH, Marcelo de Souza e Silva. Vale a pena conferir!
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor do Blog e presidente da Abrajet-MG
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