Neste dia internacional da mulher não posso deixar passar em branco a mulher que é responsável pela minha existência e que hoje, seguindo a ordem natural das coisas, eu cuido, a dona Naná minha querida Mãe .
Aos 84 anos e em processo acelerado de perda das faculdades, lutando bravamente contra o Alzheimer, minha homenagem é para ela e em nome dela presto às mulheres que lutam diariamente por sobrevivência, por emancipação, direitos e que deveriam governar o mundo usando o que elas têm de mais precioso, a sensibilidade e a intuição feminina. Destaco a luta das mulheres que estão no front da pandemia direta ou indiretamente.
O dia internacional da Mulher surgiu no imaginário coletivo graças a uma tragédia ocorrida em 8 de março de 1857 em fábrica têxtil na cidade de Nova York, quando supostamente 129 operárias cruzaram os braços por melhores condições de trabalho e lá, prezas, agonizaram queimadas em incêndio provocado por represália às justas reivindicações. De acordo com a história, elas morreram carbonizadas.
O fato ocorreu, mas não foi ele a inspiração para a criação do dia internacional das Mulheres.
Foi na verdade durante a I Conferência Internacional de Mulheres em Copenhague, na Dinamarca, no ano de 1910 que a feminista alemã Clara Zetkin, propôs que mulheres trabalhadoras fossem lembradas em um dia especial. A razão, o direito ao voto feminino.
A reivindicação era a mesma de mulheres em todo mundo. No Brasil a primeira mulher a votar foi Celina Guimaraes Viana em 5 de abril de 1928 na cidade de Mossoró no RN. Ela nasceu em Natal em 15 de novembro de 1890 e morreu na cidade de Belo Horizonte aos 81 anos em 11 de julho de 1972.
O que ocorreu na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, quando 146 pessoas foram assassinadas, 129 mulheres, em sua maioria imigrantes judias e italianas, entre 13 e 23 anos, não foi a razão do dia internacional das mulheres, mas serviu de inspiração para que o mundo prestasse atenção nas mulheres, as que trabalhavam em condições indignas.
A tragédia fez com que a luta das mulheres operárias estadunidenses, coordenada pelo International Ladies’ Garment Workers’ Union (Sindicato – União Internacional de Mulheres da Indústria Têxtil), crescesse e aparecesse, em defesa de condições dignas de trabalho para mulheres em todo mundo, em que pese o fato de muitas ainda serem subjugadas em virtude de religião, crenças, cor e gênero, sobretudo nos países islâmicos.
As mulheres russas tiveram papel decisivo para emancipação das mulheres
Vale lembrar que a mulheres russas tiveram também papel decisivo para que a data de 8 de março fosse marcada como dia de luta a favor de direitos das mulheres. Por “Pão e paz”, no dia 8 de março de 1917, no calendário ocidental, e 23 de fevereiro no calendário russo, mulheres tecelãs e familiares de soldados do exército tomaram as ruas de Petrogrado (hoje São Petersburgo).
De fábrica em fábrica, elas convocaram os trabalhadores russos contra a monarquia e pediram a saída da Rússia arrasada da I Guerra Mundial. Começaria naquele dia também o fim da família imperial russa e da dinastia Romanov depois de 500 anos. O czar Nicolau II, suas esposa a czarina Alexandra e seus cinco filhos, Tatiana, Olga, Alexei e Maria, Anastásia, bem como todos serviçais que os acompanhavam em Ecaterimburgo, foram assassinados a tiro de pistola em porão da residência onde estiveram exilados no dia 17 de julho de 1918 por determinação do Soviete Regional do Ural, seguindo ordens de Yakov Sverdlov e Vladimir Lenin.
Encerro esta homenagem lembrando que metade da população mundial é de Mulheres, a outras metade é de filhos delas… Elas representam 70% da força de trabalho no combate a pandemia do Coronavírus.
Não por acaso elas devem governar o mundo e promover a paz, ameaçada pela falta de empatia e pela intolerância.
José Aparecido Ribeiro é jornalista em Belo Horizonte
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