Lula “levou a melhor” no debate da Band, graças a escolha do terno, da gravata e do pingente. A cara de pau e o talento do malandro para mentir já são conhecidos
Foto: Reprodução TV Band
O debate de ontem domingo (16), como os demais que ocorrerão no segundo turno das eleições presidenciais de 2022 tem como alvo os analfabetos de pai mãe e parteira; os analfabetos funcionais, incluindo os portadores de diplomas e os analfabetos políticos, além dos pirracentos, vaidosos e dos idiotas.
Não creio que alguém que tenha um mínimo de bom senso, noção de cidadania e amor pela pátria, ainda tenha dúvidas do que está em jogo em 30 de outubro. Portanto, não saber em quem votar essa altura é algo inadmissível. A briga neste segundo tempo não é mais de Lula e Bolsonaro, mas dos marqueteiros de campanha.
Nesta guerra vence quem encanta mais os olhos e menos os ouvidos, não está em debate o conteúdo, isso todo mundo está careca de saber, mas as imagens, a alegoria e as aparências. Platão dizia que a democracia tem pecados originais incorrigíveis, e olha que já fazem 2.369 anos que ele partiu, aos 80 anos de idade. Explico.
Os pecados originais da democracia
O filósofo Grego, discípulo de Sócrates, que foi sucedido por Aristóteles dizia, já naquela época, que a democracia permite a “qualquer um” o que não é para qualquer um: “O exercício da política é para os bons cidadãos, os vocacionados”. Ela também exige do povo uma tarefa para o qual parcela expressiva da “arraia miúda” não está preparada: O de ser juiz da democracia.
Prova disso são os critérios utilizados por boa parte do eleitorado para escolher seus representantes. Alguns escolhem pela fama, outro pela beleza física e outros pela oratória do candidato, poucos votam considerando a vocação. O que esperar de um médico; um advogado; do engenheiro; do piloto de avião, ou mesmo de um torneiro mecânico? Que sejam preparados, vocacionados e os melhores naquilo que se predispõem a fazer.
Nada disso vale para a escolha do político, e os exemplos de “tiriricas” exercendo cargos importantes na política são fartos. Portanto, não restam duvidas de que o modelo está falido. Então vamos ao debate de ontem que não foi destinado para pessoas esclarecidas, mas para os cidadãos de quinta categoria que ocupam o mesmo balaio dos alienados e dos idiotas.
Foto: Reprodução TV Band
Considerando o alvo, os marqueteiros de Lula se saíram melhor, pois souberam explorar a imagem do bandido que se fez passar por mocinho, e de quebra conseguiu fazer com que suas mentiras parecessem verdades para os analfabetos. Bolsonaro tem todas as qualidades, já provou na prática que não é cínico, não é hipócrita e é honesto, mas possui graves problemas de dicção, língua presa e expressões que não são recomendáveis no campo da imagem. Para agravar, não se apega à liturgia do cargo que os hipócritas tanto valorizam. Não é por acaso que algumas pessoas não sabem o porquê de não gostar dele. A esses, assim como os já citados, recomendo ajuda de um profissional da psicanálise.
No mundo da fantasia, o detalhe conta
Já o trapaceiro Lula é um exímio hipnotizador, embora a voz esteja sendo gradativamente apagada, quem sabe até por desígnios da Divina Providência para impedi-lo de continuar enganando os incautos. O terno e a escolha da gravata pelos consultores de imagem da campanha do farsante merecem um 10 com louvor. Até o pingente ficou perfeito para encantar o eleitor que se deixa levar pelo lero-lero do “flautista de Hamelin”.
Já a escolha da indumentária de Bolsonaro foi um fiasco. O número do “defunto”cujo terno pertencia, era maior; a gravata verde escura “cor de burro fugido” saltou aos olhos de quem entende de comunicação não verbal. Não estamos mais falando para convertidos, lembrem-se caros marqueteiros, mas para gente que está num patamar raso de compreensão da realidade, a turma que acredita nas fake news do consórcio de imprensa e na Gleise Hoffmann.
Com efeito, para essa turma não é conteúdo que importa, e sim a forma, são apegados às aparências, à hipocrisia e a detalhes insignificantes que para eles têm valor. Não há nada que já não tenha sido dito pelos dois candidatos no primeiro turno. Quem sabe o modelo de terno do próximo debate possa ser inspirado no figurino usado pelo João,“o calcinha apertada”, acompanhado de uma gravata vermelha com um beija flor ao fundo? Pensem nisso!
José Aparecido Ribeiro é jornalista
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