Alexandre Kalil e suas doidivanas previsões para BH

Como um autêntico profeta do Apocalipse, o prefeito de BH Alexandre Kalil invoca mil anos para justificar a chuvarada que se abateu sobre a capital mineira no último domingo (19). Depois de voltar às pressas de um passeio à Argentina, sem autorização da CMBH que é quintal da PBH, consultou os alfarrábios dos serviços meteorológicos e concluiu que fenômeno igual somente uma vez a cada milênio, embora as previsões sejam de que já nesta sexta-feira o céu abrirá torneiras de bocas largas em quantidade semelhante às que enfrentou a Arca de Noé por 40 dias. Imagine tudo isso sobre a capital e os ombros do prefeito profeta? 

A intimidação

No seu entender, os muros de Jericó, elevados para proteger contra inundações, ruíram ao tocar das trombetas celestes, não confundir com cruzeirenses, muito antes da cristandade. Esse o jeito Kalil, que, infelizmente, não é o Gibran, de engambelar a população após cada tragédia anunciada. Maurício Campos, Eduardo Azeredo e Márcio Lacerda, cada qual no seu tempo, também provaram dessa catástrofe no passado, que se repete a cada ano com variações de intensidade às vezes menos, outras mais. De todos, o primeiro foi o último que teve atitudes de estadista, fazendo o dever de casa.

O monarca

O prefeito que se acha monarca trata com histrionismo temas sérios e caros à metrópole, como se fora manda-chuva na Cidade do Galo. Como não sabe o que dizer, tergiversa, aumenta o tom da voz; intimida a imprensa com arroubos gestuais e verbais. É craque na tentativa de se mostrar humilde, embora no íntimo se sinta um rei absolutista. Não muda de roupa para chutar frases de efeito, reforçando-as ao longo de seus monólogos; de se engalfinhar com inimigos imaginários, visto que ninguém lhe faz oposição, por enquanto.

Kalil puxa para si a responsabilidade dos acontecimentos na maior desfaçatez. Invoca todos os órgãos da municipalidade e até os federais na solução dos problemas, mas noves fora, tudo segue na mesma, a despeito de sua profilática convicção. O prefeito trata os belo-horizontinos como em preleção futebolística, esse é seu vício de origem. Não como cidadãos que pagam impostos na esperança de ver investimentos em uma cidade melhor, enxerga-os na verdade como súditos .

A Vocação

Ele se sente à vontade no papel de vítima de intempéries e contingências, nunca assume que seja por falta de vocação para a coisa publica, vai ver é por que tem idiotas sempre prontos para aplaudi-lo, independente da fanfarronice do dia. Está ali posto pelas urnas, mas seu compromisso com a polis tem limites: o próprio. Como pela falta de memória o povo não morre, vida que segue, este ano tem eleições e o eleitorado, presume-se, sabe o que quer.

Depois, não reclame!

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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