Assassino de Kévin Gesualdi Doll, ex-policial civil Ghabriel Rodrigues, mata esposa e suicida

Ex-policial civil Ghabriel Pereira Rodrigues foi encontrado morto após assassinar por asfixia a própria companheira em Arraial D´ajuda

Foto: Reprodução internet – Ghabriel Pereira Rodrigues e Daniela Ferreira de Souza

Na madrugada do último dia 31 de dezembro de 2022, o assassino confesso do jovem Kevin Gesualdi Doll (22), o ex-policial civil Ghabriel Pereira Rodrigues (35), foi encontrado morto em casa onde morava com a parceira, Daniela Ferreira de Souza (27) em Arraial D`ajuda – Bahia, também morta pelo companheiro por asfixia. Após matar a parceira, o ex-policial se suicidou deixando carta que é mantida em sigilo pela polícia civil de Porto Seguro.

Ghabriel era um sociopata com fortes traços de psicopatia, e registro de envolvimento em diversos crimes. A diferença a se considerar neste episódio trágico é que se tratava de um policial civil portador de carteira oficial emitida pelo Estado de Minas Gerais, treinado às nossas custas.

Antes de assassinar brutalmente o jovem Kévin Gesualdi por causa de uma simples discussão, com nove facadas no tórax, o policial já havia cometido vários crimes graves que deveria ter levado ele para a cadeia. Se a justiça não fosse “dois pesos e duas medidas”, esse crime teria sido evitado, pois o autor tem fortes traços de sociopatia.

O crime que chocou Belo Horizonte teve repercussões do outro lado do mundo. Na ocasião autoridades alemãs pediram ajuda da Interpool para investigar o caso que ocorreu nos corredores do prédio onde o jovem Kevin Gesualdi e Ghabriel Rodrigues se encontraram, no bairro Buritis em Belo Horizonte.

Kevin tinha dupla cidadania, e na noite do dia 9 de agosto de 2020, depois de chegar de uma confraternização na casa de uma amiga da mãe, a empresária Daniela Gesualdi Doll, teve a chave do apartamento emperrada na fechadura de acesso ao hall do prédio, problema recorrente que serviu para desencadear o que viria a ser um assassinato brutal.

Ao tentar forçar a porta para entrar no prédio onde estava morando há duas semanas, Kévin e a namorada foram repreendidos pelo policial com palavras de baixo calão, e daí iniciou-se um bate boca que terminou com o esfaqueamento do jovem.

O inquérito policial montado por delegado da própria Corporação, apontava legítima defesa, mas a tese do advogado criminalista Ércio Quaresma, que representou a família no processo mostra que houve exagero, intenção de matar, e vai além ao apontar requintes de crueldade. Na opinião dele e de testemunhas, não havia motivos para o policial desferir, com precisão e conhecimento do que estava fazendo, nove facadas no tórax de Kévin, pois o jovem não estava armado.

Foto: Instagram Kévin Gesualdi Doll

Kevin era um garoto pacífico, o que ficou comprovado em vários depoimentos feitos e que compõem o inquérito remetido ao Ministério Público em novembro de 2020, traduzido pela Interpool a pedido da polícia da cidade de Weingarden na Alemanha, terra natal de Kévin, e onde morava com o pai alemão, e a mãe brasileira. Sua temporada de estudos no Brasil acabou de forma trágica e chocante.

Nos depoimentos colhidos de testemunhas que residem no mesmo endereço, e da namorada, são fartas a provas de contradições no inquérito, eivado de falhas. Vizinhos relatam que houve uma discussão entre o jovem e o policial que o abordou dando voz de prisão que não foi acatada. Isso deixou o policial transtornado, e ele passou a gritar com Kévin e sua namorada, com ameaças de que se não acatassem suas ordens pagariam caro.

Mas a namorada de Kevin relata que o jovem em nenhum momento usou armas ou ameaças ao policial (vizinho), apenas xingamentos, após ser repreendido por ter provocado barulho no portão de acesso ao corredor do prédio que leva ao apartamento. Uma reação natural de quem foi repreendido sem razão, pois barulho não é motivo para que o policial agisse daquela forma.

A PM foi chamada pelo policial e chegou rápido, mas ao tocar o interfone, Kevin desceu achando que era o veículo por aplicativo onde a namorada havia esquecido o celular minutos antes. No depoimento ela relata que ambos desceram para buscar o aparelho, e que Kévin estava de cueca, pois acreditava que a discussão já tivesse encerrado e que não houvesse ninguém no corredor do prédio.

Mas no caminho encontraram o policial de tocaia armado com uma faca que seria desferida nove vezes na região do coração de Kevin, sem direito a defesa, e na frente da única testemunha que tentou apartar o conflito. “Se o policial não tivesse no corredor armado e nos esperando, nada disso teria acontecido”, relatou a jovem Mariana Autran de 21 anos.

A morte do jovem chocou pela brutalidade, o que configura intenção de matar na opinião do advogado Ercio Quaresma, experiente e reconhecido profissional do direito em causas criminais. Quaresma lembra que um policial civil recebe treinamento e sabe imobilizar pessoas, mas Ghabriel Rodrigues não quis agir com base no treinamento que recebeu, sua intenção era de tirar a vida do jovem.

Foto: Instagram – Daniela Gesualdi e Kévin Gesualdi Doll

A mãe de Kevin, a empresária Daniela Gesualdi Doll sempre esperou por justiça e recebeu a notícia da morte do assassino do seu filho como ação da justiça divina: “Este individuo era comprovadamente do mal, já havia cometido vários crimes e tinha personalidade de um sociopata. Além disso, usava os treinamentos que recebia na academia da policia civil de Minas Gerais para defenestrar e assassinar pessoas inocentes, levou dois com ele, um era meu filho, e eu não o perdoou, pois trata-se de um monstro, ele acabou com a minha vida também”, enfatiza.

Daniela lembra ainda que: “se tivesse sido barrado quando cometeu o primeiro crime de estupro, não teria matado meu filho e nem a própria companheira, ambos de forma brutal; meu filho com nove facadas, a namorada por asfixia. Ou seja, esse monstro era um sociopata no meio da sociedade com a tutela do estado,” encerra a mãe de Kévin lembrando que os critérios de seleção de policiais precisam ser aperfeiçoados para barrar a entrada de indivíduos como esse na corporação que é majoritariamente ocupada por profissionais qualificados, do bem e treinados.

O episódio chocante ganhou páginas de vários jornais da Alemanha e mobilizou a Interpool a pedido da polícia alemã, já que o Brasil não possui acordo de cooperação com aquele país para este tipo de crime. Com a morte do policial, o processo se encerra, mas deixa questionamentos para a justiça e para as autoridades de segurança.

Se o mesmo tratamento dado aos crimes de opinião fosse dispensado aos assassinos e estupradores, ambos os crimes cometidos por Ghabriel Rodrigues antes das facadas em Kévin, duas vidas teriam sido poupadas. A mesma justiça que mantém encarcerados sonegadores de impostos, ativistas políticos e contraventores de pequena monta, solta assassinos qualificados mantendo-os em liberdade, a maioria propensos a reincidências.

Que a morte cruel e covarde de Kévin Gesualdi e Daniela Ferreira, sirvam de exemplo para que operadores do direito e da justiça, incluindo juízes, delegados, promotores e procuradores de justiça, revejam suas decisões e sejam mais enérgicos com assassinos confessos, com fortes traços de sociopatia e psicopatia, como se esboça o caso em epígrafe.

Ghabriel Rodrigues era reincidente e possuía traços de sociopatia e psicopatia

Ghabriel estava impedido de usar arma e atuava no setor de inteligência cibernética da Polícia Civil de MG. Ele usou seus conhecimentos e acesso privilegiado ao serviço de inteligência da Polícia para criar perfil falso e ameaçar a mãe de Kevin, a empresária Daniela Gesualdi Doll, que pedia justiça para a morte do filho.

Registros revelados pela empresária, que foram anexados no processo, mostram que Ghabriel fazia ameaças constantes se ela não parasse de reclamar do assassino do filho de 22 anos.

O ex-policial respondia por vários crimes, incluindo estupro de menor com uso de arma de fogo, ameaças, corrupção de vítimas, violência contra menores, recebimento de propina (peculato), extorsão, e por fim assassinato de Kévin Gesualdi Doll e Daniela Souza, ambos jovens com um futuro promissor pela frente.

José Aparecido Ribeiro é jornalista

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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