Associação Comercial e Empresarial de Minas – ACMinas deseja mediar o debate que possa evitar o fim da Filarmônica

Vem de longe a contraposição das insanas torcidas entre admiradores de “células” de um mesmo corpo, para os quais a ascensão ou protagonismo de uma determinada escolha, pressuponha que a outra seja coadjuvante

Foto: Reprodução site da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Por: Epiphânio Camillo – Vice-presidente da ACMinas

“Se formos vitoriosos em mais uma batalha contra os romanos, estaremos completamente arruinados.” (Plutarco, 46-120 d.C.). Não é novidade essa Guerra de Pirro (280-275 a.C.) que precisa ser esclarecida.

Nada mais natural que a ACMinas busque esclarecimentos junto aos atores desse episódio e possa, como sempre o fez, mediar tão indesejado, inoportuno e recorrente “conflito”. 

A Filarmônica de Minas Gerais é parte essencial do nosso patrimônio, rico e diversificado acervo musical que remonta ao período do Brasil Colônia, influenciado pelo Clássico Europeu aqui aportado na bagagem da família real portuguesa.

Com o tempo nosso patrimônio foi enriquecido com manifestações ditas pagãs de origem africana, ambas mescladas e incorporando tradições indígenas. Tais movimentos geraram sementes a partir das festas religiosas locais, predominando o Barroco nas músicas sacras, adicionando as oralidades singelas das comemorações populares dos Folguedos de Reis.

Depois vieram as modinhas de viola, os cantares dos sertanejos, a recente música urbana de Beto Guedes, Milton Nascimento, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Túlio Mourão.  Tudo junto e misturado produziu em nossa Minas Gerais um dos marcos civilizatórios que nos identifica. Todas as manifestações culturais são muito bem-vindas; podem, e devem, conviver em um mesmo ambiente, cada qual ocupando o espaço apropriado e mais adequado que lhes cabe, segundo características peculiares.

As variadas percepções das belezas não são contraditórias; ao contrário, são integrantes de corpo único num ambiente coletivo que se abraça mutuamente, onde todos se encontrem e sintam-se representados para escolher, com liberdade, o que melhor lhes agradar e sensibilizar.

É no alfabeto das sete notas, no intervalo entre o Dó e o Si, nos variantes acidentes tonais dos Sustenidos e dos Bemóis, ajustados nas afinações relativas das distintas claves, que se encontra o berçário das obras que o talento permite criar. Seja que melodia ou ritmo for, cabem todos nas variadas notações estruturadas dos pentagramas de Guido de Arezzo (992-1050 d.C.), a sinalizar nas partituras as posições onde melhor se assentem seus indistintos corpos diferentes.

 Manifestações culturais são vizinhos de cerca na gênese. Diferentes, entretanto, não se opõem; ao contrário, agregam e compõem o espectro multifacetado das belezas que, à maneira do Sertão de Guimarães Rosa, estão por toda parte, embora cada qual no seu quintal.”

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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