BH a capital dos semáforos sem sincronia, são mais de 1,2 mil

Foto: SOS Mobilidade Urbana – Portal UAI

Embora possa parecer insignificante, trago um tema que julgo ser relevante para o meio ambiente de BH. Falo da falta de sincronia dos mais de 1,2 mil semáforos que a cidade possui. Ainda que seja estranho falar de sinais de trânsito em meio a uma pandemia, sobretudo depois de 150  dias de lockdown. O tema ganha sentido se considerarmos a umidade relativa do ar bem abaixo do recomendável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os índices de umidade do ar seguros são aqueles que variam entre 50 e 80%. Abaixo disso é preocupante, especialmente para quem tem problemas respiratórios. A umidade do ar em BH varia nestes dias secos de inverno na faixa dos 30%. Ou seja, bem inferiores ao recomendável para a saúde da população.

Mas o que a sincronia dos sinais de trânsito tem a ver com isso? Eu explico: A cidade sustenta o título de pior trânsito do Brasil e o terceiro pior do mundo, tudo isso em virtude  da falta de fluidez e do tempo que os belo-horizontinos passam presos em engarrafamentos, 202 horas anuais. Trata-se de um problema crônico comparável aos piores exemplos das Américas, ficando atrás apenas de Bogotá na Colômbia e da insuportável mobilidade da cidade do México. Carro parado em sinais ou em engarrafamentos significa mais poluição na atmosfera.

O traçado ortogonal e a falta de obras que eliminem cruzamentos obrigou a prefeitura a instalar sinais em cada esquina. Quando eles não funcionam em sincronia significa mais tempo de deslocamento, queima de combustíveis e quantidade expressivas de Gás de escape, os conhecidos e prejudiciais Dióxido de Carbono e Monóxido de Carbono, ambos provenientes das descargas e 2 milhões de veículos. Com efeito, a saúde da população acaba sendo exposta aos efeitos nocivos da poluição atmosférica.

A empresa responsável pela gestão do trânsito poderia, se quisesse, aproveitar o período de menor movimento para promover ajustes na sincronia semafórica da cidade, pelo menos nos grandes corredores e nas vias arteriais. Embora a vida comece a voltar ao normal, ainda é possível usar os recursos tecnológicos e o tempo da pandemia para melhorias no trânsito em período que as ruas estão menos movimentadas.

Não existe em BH uma única via cujos sinais funcionem em sincronia.

Circulando pelos principais corredores como Av. Amazonas, Av. Antonio Carlos, Av. Cristiano Machado, Av. Pedro II e dezenas de outras, é possível constatar que não há compromisso da BHTrans com as ondas verdes que geram fluidez no tráfego. Não há em BH uma única via cujos semáforos estejam sincronizados permitindo deslocamentos em menor tempo. Carros parados aquecem mais e tendem a dispersar mais poluentes ninar da cidade.

O contrário disso é o que se constata: sinais funcionando em ondas vermelhas, contribuindo para aumentar o estresse dos motoristas e a poluição do ar. A consequência disso é mais acidentes, prejuízos para o meio ambiente e para economia da cidade.

José Aparecido Ribeiro é Jornalista e Membro do Observatório da Mobilidade

jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp 31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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