BH faz 122 anos com muitos motivos para protestar, quase nada a comemorar

Em 122 anos Belo Horizonte nunca foi tão maltratada como vem sendo pela administração Kalil. Há muito mais a protestar do que comemorar. A cidade mergulhou em um ciclo de degradação jamais visto. É inacreditável que alguém consiga defender o prefeito diante de tantos fatos que atestam o fracasso da sua administração. Nada contra a pessoa, mas tudo contra o administrador que se aliou à esquerda com populismo barato e deixou que ela ditasse as regras da sua gestão em todas as áreas estratégicas da PBH.

Vamos aos fatos que comprovam a afirmativa, contradiz o discurso oficial e a propaganda paga que não conta a realidade como ela é. Aliás, outro vexame que deveria envergonhar a imprensa e os publicitários que em nome de verbas carimbadas tem coragem de propor uma campanha tão medíocre como a atual que enxerga na implantação da Guarda Municipal em ônibus algo que mereça destaque. Assim como transformar recapeamento de ruas em realização importante. 200 km de asfalto em uma cidade que possui uma frota de 2,2 milhões de veículos e um passivo de infraestrutura de 40 anos é gozação.

Governando para quem precisa é falácia

O slogan oficial fala de uma gestão focada na “administração para quem precisa”. Pois bem, vamos aos fatos: No último domingo (1) fui acompanhar pessoa conhecida que não tem plano de saúde até a UPA Centro Sul e fiquei chocado com o que presenciei. Atendimento degradante e inaceitável logo na recepção. Na triagem o responsável não fez questão de esconder que o tempo de espera na emergência do hospital passaria de 6 horas. Só isso basta para desmontar o discurso dos apoiadores de plantão preocupados com o próprio umbigo.

População em situação de rua é de quase 9 mil pessoas

Da saúde para a população em situação de rua. Pasmem, mas a própria PBH admite que existem hoje em situação desumana perambulando e morando nas calçadas da cidade nada menos do que 8,7 mil pessoas.  A população de favelas passou de 450 mil, para 530 mil nos últimos três anos. O retrato da degradação e do abandono das pessoas e do patrimônio público fica nítido no hipercentro da capital onde os passeios e praças viraram banheiros e dormitórios a céu aberto para quem não têm lenço e nem documento. No hipercentro também é possível ver o descaso da PBH com os monumentos. Convido o leitor para conferir pessoalmente na Praça Sete e tirar suas próprias conclusões.

Transporte público à beira de um colapso  não por culpa de empresários

Políticas de reinserção, se alguém souber me avise, pois o número de indigentes aumenta dia após dia. Transporte coletivo: O prefeito estufou o peito durante a campanha para dizer que a “caixa preta” da BHTrans seria aberta, como se ele soubesse onde está a verdadeira caixa preta, guardada a sete chaves na instalação de sinais, radares, detectores de avanço, sinalização vertical e horizontal, e não nos ônibus que ele achava que era o alimento da turma (vermelha) que comanda a BHTrans há 30 anos. Aliás, ao contrário do que vociferou, ele entregou a chave da caixa preta para o dono ao nomear Célio Bouzada para o comando da empresa de trânsito.

 Vale lembrar que não são os empresários de ônibus os vilões e inimigos do povo. Ao contrário, são eles que estão pagando uma conta cara de um contrato de 20 anos que teve inicio em 2008 e termina em 2028 com uma demanda prometida de 32 milhões de passageiros e que passados 11 anos estacionou em 27 milhões. Traduzindo, ônibus deixou de ser um bom negócio para quem explora há muito tempo, pois eles não andam graças aos engarrafamentos cada dia maiores e os prejuízos acumulados. A cidade inclusive corre o risco de um colapso no sistema não por culpa de quem tem a concessão, mas por incompetência da BHtrans e inexperiência em gestão pública do prefeito.

3º pior trânsito do mundo

Vamos então falar do trânsito: Não existe um único investimento público municipal relevante em infraestrutura viária, se não as obras “meia boca” que já estavam em andamento e que não resolvem a falta de fluidez no trânsito da cidade. BH não possui uma única via cujos sinais funcionem em sincronia, nem tampouco uma via expressa de fato. Asfalto é jogado fora em ruas sem movimento que justifique recapeamento. O produto, que é caro e deveria ter critérios rígidos, transparência na aplicação, virou moeda de troca política na desmoralizada e ineficiente Câmara Municipal.

Os mais 200 gargalos que esperam por obras de arte da engenharia seguem invisíveis para o secretário de obras que nunca fez uma obra na vida. Josué Valadão é reconhecido como um homem honesto e não um obreiro competente. Coisas que só acontece em BH. Com efeito, poderíamos delongar e mostrar, por exemplo, o apagão de investimentos na cidade, e uma economia cambaleante que estacionou. Tudo que depende da prefeitura de BH anda a passos de tartaruga. Não há qualquer incentivo para a iniciativa privada, e com a aprovação do Plano Diretor da petista Maria Caldas, o futuro da construção civil está fadado ao fracasso.

Cidade que o prefeito trata empresário como inimigo do povo

A cidade não oferece qualquer incentivo para quem produz, ao contrário, prevalece o discurso de que empresário é inimigo do povo. Fruto de um populismo atrasado de esquerda que foi assimilado por Kalil com a vênia de uma imprensa automata, refém de verbas publicitárias para sobrevivência. Portanto, não é por acaso que a cidade ostenta o título de 3º pior trânsito do mundo, onde se perde por ano 202 horas parados em corredores que não recebem obras há 40 anos. E isso não é motivo para comemorações, mas sim de protestos fosse a população menos passiva e mais consciente dos seus direitos.

 

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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