Belo-horizontinos uniram-se pelas redes sociais e fizeram um buzinaço em frente ao prédio onde mora o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil no início da noite desta quarta-feira (15). O ato que foi filmado de vários ângulos por moradores no entorno da Praça Marília de Dirceu viralizou e se você ainda não viu, de certo receberá os vídeos pelo WhatsApp nos próximos dias.
Máxima vênia, a intenção, embora seja louvável, não tem qualquer efeito prático. Kalil não dá a mínima para quem é contra ele, ao contrário, vibra com as críticas quando elas não o ameaçam. Fatos como esse faz ele se sentir mais importante do que é de fato. Ou seja, com o perdão do termo chulo, está cagando e andando para buzinaços ou protestos passageiros como este e outros que já ocorreram.
Cercado de bajuladores repetindo o que ele gosta e não o que ele precisa, o prefeito é daquelas pessoas que não respeita ninguém, nem mesmo os que o defendem. É um déspota que aprendeu no submundo inescrutável do futebol, ganhar no grito. Vem se revelando na política a antítese do que pregou na campanha quando vociferava suas sandices aplaudidas pelos incautos que não sabem separar a paixão futebolística da razão política. O resultado é que Belo Horizonte caminha a passos largos para o precipício.
Kalil é em essência um desatinado, sua ignorância não lhe permite gestos de humildade nem tampouco aprendizados com erros naturais que a gestão da coisa pública implica. Ele age como se fosse dono da cidade e da verdade, não aceita contraditório. Como não é do ramo, embarcou no modelo populista da esquerda que o assessora politicamente e que foi responsável pela sua vitória, tendo o ex-governador Fernando Pimentel e seu vice, Paulo Lamac, como artífices.
Com promessa de votos dos mais pobres, a esquerda formada por PT, PCdoB, PSOL, Rede e PSB com aval do seu líder Léo Burguês na Câmara Municipal o responsável pela subserviência do parlamento ao prefeito, ele acredita que será governador de Minas em 2022. Portanto, não é buzinação e nem esperneio que vai parar o desvario do prefeito fanfarrão, neste ou em qualquer outro episódio de incompetência comprovada, mas na justiça, considerando que a CMBH, virou extensão do gabinete de Kalil.
Contudo ele precisa saber que não é rei e quem o elegeu foi o povo. Talvez tenha esquecido que o poder emana do povo em democracias republicanas. Os motivos para a cassação do mandato do Alcaide se multiplicam e o último ultrapassou a barreira do tolerável. O episódio envolvendo o ônibus de Cel. Fabriciano barrado na entrada da Capital do estado de Minas Gerais por ordem do prefeito é muito grave e suficiente para que ele seja impedido das suas funções, se não por desacato à Constituição Federal que garante o ir e vir, por incapacidade mental.
Do eleitor atleticano salvo honrosas exceções não se pode esperar muito, pois ele não trata o voto com a faculdade da razão. Ainda que Kalil confie na paixão do seu eleitorado, e navegue nessas águas com a desenvoltura de um marinheiro experiente, chegou a hora de a justiça dar uma resposta ao desatino do prefeito, com a urgência que a cidade necessita, antes que seja tarde demais. Se você chegou até aqui e concorda, compartilhe esse texto.
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