Caminhão tomba em avenida da Zona Sul de BH e para uma cidade de 2,5 milhões de habitantes

BH parou na manhã desta quarta-feira (21) e a culpa é sua. Isso mesmo, sua que não abre a boca!

Eventualmente um ou outro leitor me pergunta por que parei de escrever sobre a mobilidade urbana, o que fiz por 20 anos, em vão. E eu respondo, por que não adianta. Enquanto a “turma do Carlão” não aposentar na BH Trans e os 100 chefes dos 600 funcionários da Sudecap não dependurarem a chuteira, nada muda em BH.

Se o mundo não acabar em barranco, nos próximos cinco anos ficaremos livres de pelo menos 70% deles. Explico: Eles não conseguem e não querem fazer nada além do básico, com o menor esforço, de preferência terceirizando tudo que for possível, são verdadeiros preguiçosos. As exceções existem, mas se perdem no meio da regra.

Foto: Juarez Coutinho 

Um caminhão tombado parou a cidade inteira

Mas vamos ao que interessa, o “lead”. BH parou na manhã desta quarta-feira (21) em virtude de acidente com um caminhão de bebidas que encontrou pela frente um poste na descida da Av. N.Sra do Carmo no bairro Sion. Bastou uma das pistas, ou melhor, o funil da esquina de Av. Uruguai ser interrompido para a cidade inteira ser prejudicada e o caos ser instalado.

Fico imaginando a quantidade de compromissos importantes e os prejuízos advindos deles que tiveram que ser contabilizados por milhares de cidadãos desconhecidos. Ninguém será punido pela falta de um plano de contingenciamento para este tipo de emergência, pois eles acontecem eventualmente e são obra do “acaso”, na visão de quem administra o trânsito e a infra da cidade.

Imagino também a quantidade de CO2 despejados na atmosfera seca por falta de iniciativa, planejamento e incompetência da BH Trans e da Sudecap. E não venham me dizer que a culpa é do Kalil, ele virou pó na política, é coisa do passado, arrepiante, diga-se de passagem. Prometeu e não fez nada, e vai entrar para história como a maior tragédia que já se abateu sobre BH. Também não adianta botar a culpa no paraquedista Fuad Noman que pousou em terra arrasada, ele não é muito chegado a inovações, é apenas mais do mesmo.

A culpa portando recai sobre os ombros de todos nós que nos acostumamos a ficar em silêncio quando pegamos a Av. Antônio Carlos e levamos 2 horas até a Av. Pedro I no bairro Planalto. A culpa é de quem fica parado, em silêncio, passivamente, na Av. Raja Gabaglia, por 50 minutos todos os dias em direção ao Belvedere, e não cobra uma obra no cruzamento da Barão com Raja, (titica de galinha para engenharia). Podemos lembrar das nossas associações e o silêncio delas?

A culpa é dos que esperam disciplinadamente na Av. Amazonas parando nos 45 sinais sem sincronia entre o Anel Rodoviário e o hipercentro da capital, a passos de tartaruga e a feiúra do que margeia a centenária avenida. É sua que diariamente desce a N.Sra do Carmo em três pistas e aceita o funil de uma pista em direção à Savassi no cruzamento com a Av. Uruguai.

Você que aceita pacientemente sete interrupções de tráfego na única via expressa do mundo, a Leste Oeste de BH, que existe de direito mas não é de fato. Não vamos esquecer de você que vem parando de Venda Nova até o centro da capital em 41 sinais que funcionam em onda vermelha, como se isso fosse normal.

Sim, você que acha tudo normal e que aceita calado que a culpa do caos é só do número de veículos nas ruas da cidade que tem o 3º pior trânsito do mundo, de acordo com pesquisa divulgada por instituto Americano que mede o tempo perdido parado em engarrafamentos. BH perde 202 horas por ano que poderiam ser aproveitadas se não fosse a mesmice, a preguiça e a nossa leniência com os incompetentes que cuidam da infraestrutura da cidade há 35 anos, os mesmos.

Não pense você que todos os dias enfrenta a Pedro II que está sendo esquecido. Não, sua situação é ainda pior, pois se eles não conseguem fazer uma mísera trincheira dando acesso ao Elevado Helena Grecco, imagine uma obra rasgando ao meio o Padre Eustáquio em direção a uma das áreas mais conurbadas da cidade, a Região Noroeste?

Mais de 200 gargalos esperam por atitude de quem governa a cidade, o mesmo grupo há 30 anoso

Iguais aos trajetos mencionados, existem 200 pontos da cidade esperando por obras de arte da engenharia. Mas a “turma do deixa disso” prefere os puxadinhos com a desculpa esfarrapada de que a cidade não tem dinheiro. Não é falta de dinheiro, mas de iniciativa e de compromisso com uma palavrinha que não existe no dicionário da BH Trans e nem da Sudecap: FLUIDEZ.

Com efeito, enquanto essa turma de “petistas”, “psolistas”, “psbistas”, “pcdobezistas”, todos portadores de carteirinhas vermelhas, continuarem decidindo sobre a mobilidade urbana da capital mineira, eu sigo escrevendo sobre flores, pois é o mesmo que falar em voz alta para surdos de costas. Estão aí há 35 anos piorando o que já estava ruim, sempre com a mesma ladainha de que o carro deve ser substituído pelo transporte coletivo. Não precisa perguntar qual, eu respondo: o BRT, todos “limpinhos e cheirosos, além de confortáveis.” Romântico tudo isso, você não acha? Engana os trouxas.

Se você chegou até aqui e ainda segue preso no trânsito, relaxa e ouve a sua rádio favorita, assim o tempo passa e tudo segue como dantes no quartel de Abrantes, eles são bons para repetir todos os dias a mesma coisa: onde o trânsito está parado, mas nunca debatem o que precisa ser feito para acabar ou diminuir o nosso martírio de cada dia para deslocar em BH.

Se você não é de BH, me perdoe, não era pra você este desabafo.

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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