Cirurgias, transplantes e atendimentos de emergências em risco no Brasil pela falta de doadores de sangue ativos

Apenas 2% da população doa sangue no Brasil, mas os hospitais do país dependem de bolsas de sangue para salvar 3,5 milhões de pessoas que necessitam de transfusões todos os anos

Foto: Hemominas

As evoluções da medicina não param, porém a necessidade de transfusões de sangue seguem crescentes no Brasil. Os transplantes de órgãos, as cirurgias oncológicas e os atendimentos emergenciais permanecem demandando doadores permanentemente. O sucesso de procedimentos complexos que envolvem vários profissionais da saúde, depende de atos individuais de quem doa com frequência. Dados do Ministério da Saúde revelam que aproximadamente 3,5 milhões de pessoas necessitam de transfusões sanguíneas anualmente. O número é alto se considerado o fato que menos de 2% da população tem o hábito de doar sangue.

A situação é preocupante para pacientes que são portadores de doenças renais crônicas. Eles dependem da ação voluntária de doadores que andam afastados dos locais de coleta de sangue, em especial nestes períodos de feriados prolongados. O sangue coletado nos hemocentros auxilia o trabalho de equipes nos prontos socorros e nos hospitais de transplantados. O Blog conversou com o cirurgião Bruno Pimpão que é chefe da equipe de transplantes renais do Hospital Universitário Cajuru de Curitiba-PR.

Foto: reprodução – Site Hospital Universitário Cajuru – Curitiba-PR

“É um procedimento complexo, que exige suturas cuidadosas de veias e artérias, além de resultar no sequestro de um grande volume de sangue ao conectar o órgão com o receptor. Portanto, durante cada cirurgia são necessárias cerca de duas bolsas concentradas de hemácias, juntamente com outros componentes, como o plasma”, detalha o especialista em transplantes.

O Brasil é um dos líderes mundiais em transplante de órgãos, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). De janeiro a março deste ano, foram realizados cerca de dois mil transplantes de órgãos, sendo mais de 1,3 mil deles relacionados ao rim. Um dos maiores centros de referencia em transplantes renais do Brasil é o Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), que atende exclusivamente pelo SUS.

O médico Nefrologista Alexante Tortoza Bignelli conversou com o Blog sobre a importância da sincronia das equipes e a experiência na hora dos transplantes: “A excelência da equipe de transplante torna possível que, em 95% a 98% dos casos, haja sobrevida do enxerto e do paciente ao longo do primeiro ano”, afirma o coordenador do serviço de transplante renal do Hospital Cajuru da capital Paranaense.

O Transplante é a esperança de sobrevida para milhões de pessoas

A oncologia é uma das áreas da medicina que mais evoluiu nos últimos anos. Sempre baseada no tripé cirurgia, radioterapia e quimioterapia, os resultados são, via de regra, muito positivos reduzindo os riscos de mortes após a remoção dos tumores. A cirurgia é necessária em 70% dos casos e, de acordo com um levantamento do Observatório de Oncologia, é indicada em média para cerca de 10 mil pacientes todos os anos no Brasil. A operação envolve cirurgiões especialistas, é complexa e demandam bolsas de sangue para que sejam realizadas.

Foto: Hospital Universitário Cajuru – Heliponto

Para o hematologista Fernando Michielin do Instituto de Oncologia do Paraná e do Hospital São Marcelino Champangna o tratamento do câncer se dá na transfusão sanguínea. A transferência de sangue ou de um dos seus componentes é essencial, especialmente para pacientes com cânceres hematológicos, como as leucemias. “Trata-se de um tratamento suportivo para melhorar as condições clínicas do paciente, restaurando o transporte de oxigênio para os órgãos e tecidos bem como a capacidade de coagulação. Isso também contribui para que as cirurgias sejam realizadas sem comprometer a saúde do paciente”, revela o especialista.

Em todo o Brasil as bolsas de sangue são fundamentais para salvar vidas de pacientes que sofrem acidentes por trauma, seja no transito, em casa ou no trabalho. Só no Hospital Universitário Cajuru de Curitiba, 12% da demanda do Pronto Socorro, são de acidentes que demandam 100 bolsas de sangue a cada mês. “O paciente com traumatismo necessita de transfusão sanguínea de urgência para controlar hemorragias provocadas por fraturas e lesões graves”, salienta José Arthur Brasil, coordenador do Pronto Socorro do hospital.

A doação é um gesto simples que pode salvar vidas

O sangue de um doador serve para salvar a vida de 4 pessoas em média. Os requisitos para doação de sangue são os seguintes: Ter de 18 e 65 anos, pesar acima de 50 quilos, estar em boa saúde, não usar medicamentos e não ter feito tatuagem, endoscopia ou colocado piercing nos últimos doze meses.

A matéria foi uma provocação da Agência Central Press de Curitiba.

José Aparecido Ribeiro é jornalista

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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