A pandemia, entre outras coisas, serviu para deixar a classe média brasileira ainda mais empobrecida, enquanto que ricos seguem vida normal, na medida do possível. Para pobres as alterações nos hábitos de consumo foram poucas, pois a maioria consome apenas o básico como alimentos. Prova disso está em um vídeo gravado na manha da última quinta-feira (25) que viralizou na internet.
Vídeo gravado na sala de embarque do Galeão mostrou um aeroporto completamente vazio. No painel de controle de partidas e chegadas pouco mais de cinco voos. Um dos aeroportos mais movimentados do país, às moscas. Na manha do dia anterior, quarta-feira (24) véspera de natal, estive no shopping Oiapoque no centro de Belo Horizonte e fiquei perplexo com o movimento e a ausência de protocolos impostos pela prefeitura de BH, o centro de compra xing ling estava entupido.
Ou seja, a classe média trancada em casa, os pobres fazendo o de sempre, sobrevivendo, e os ricos enfrentando congestionamento de jatinhos executivos no sul da Bahia a caminho de resorts seis estrelas. Explico: Site especializado em aviação Aeroin.net publicou neste sábado (26) amostra do que a pandemia significa para os ricos brasileiros.
Congestionamento de jatinhos no sul da Bahia
Foto: Site Aeroin
O “incomodo” ocorreu no céu do sul do estado baiano onde concentram depois de São Paulo, a maior oferta hoteleira do Brasil. O tráfego de jatinhos executivos foi tão intenso que várias aeronaves tiveram que dar voltas repetidamente (órbitas) aguardando a liberação do pátio. Os destinos dos jatos (e também aviões a hélice) era os Aeroportos da Costa Sul da Bahia, como Porto Seguro, Trancoso (Terravista), Ilha de Comandatuba e Ilhéus.
Autor da matéria, Carlos Martins lembrou que “em dado momento, do meio para o final da tarde do dia 26 de dezembro, foi possível registrar no aplicativo de rastreamento de voos FlightRada24 ao menos 15 aviões executivos com destino ao sul baiano. A “revoada”, segundo o autor causou a suspensão dos pousos devido à falta de espaço no pátio”, relata. As aeronaves foram instruídas a aguardar em órbita e, quando pousassem, teriam que apenas desembarcar os passageiros, abastecer e decolar novamente, sem ocupar estacionamento abarrotados.
Foto: Acervo Hotel Kuara Arraial d´Ajuda, eleito o melhor do Sul da Bahia pela Revista Exclusive
Ele cita exemplos como o HondaJet de matrícula PP-BRU, que teve que pousar em Porto Seguro após fazer várias órbitas esperando pela liberação no Aeroporto Terravista. Pouco mais de uma hora depois, ele decolou de Porto Seguro para Trancoso, num voo rápido de apenas cinco minutos. O site relata que a razão de todo esse alvoroço no litoral sul baiano se explica pela impossibilidade de viagem ao exterior para os abonados brasileiros devido à pandemia do coronavírus.
Destinos habituais como o sul dos EUA, Caribe e mesmo Europa estão com restrições para brasileiros. Restando para os ricos tupiniquins o “sacrifício” de passar o feriado e as festas de réveillon em algum resort ou hotel em paraísos brasileiros. O fluxo de jatos registrado este ano foi maior do que em qualquer outro ano. Paulo Martins adverte para os que pretendem usar suas aeronaves e tem na virada do ano a Bahia como destino, que se possível, antecipe, pois o risco de novos congestionamentos é iminente.
E viva o embuste do vírus chinês. A vida para os pobres segue sem alterações, já para os ricos o incomodo é trocar a Flórida ou o Caribe pelo Sul da Bahia. Para classe média brasileira resta o WhatsApp, fantástico ou tv por assinatura, para quem ainda pode pagar, já que nem restaurantes em cidades como BH estão autorizados a abrir.
José Aparecido Ribeiro é jornalista em Belo Horizonte e presidente da Abrajet-MG
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