CPI que pode destronar o “rei de BH” esta com a mira apontada para o alvo errado

Os Alvos das CPI´s da CMBH precisam ser ampliados, incluindo Sudecap e a Comunicação da PBH

Foto: Montagem Site Mooh

A Câmara Municipal de Belo Horizonte deu sinais de que está viva e que não é um mero puxadinho de gabinete do prefeito Alexandre Kalil. Ainda que em número menor, mas com autonomia, grupo de vereadores percebeu que nem tudo são flores na capital mineira como tenta mostrar a propaganda oficial paga, e que o prefeito não é rei, embora venha agindo como tal.

Terá pela frente uma batalha árdua internamente para vencer primeiro a inexperiência, a imaturidade, o pouco conhecimento dos problemas da cidade que se arrastam há décadas, e mais importante, a malandragem das velhas raposas que dominam a casa legislativa, há muito trabalhando para quem paga mais, alguns com mais de quatro mandatos, velhos conhecidos da população habituada a barganhar o voto em troca de pequenos favores ou de tapinha nas costas.

A “Caixa Preta” não está nos ônibus

Das duas CPI´s propostas, uma aponta a mira para os ônibus e é sobre ela esse arrazoado. A CPI aproveita-se de um lema da campanha em primeiro mandato, intitulado “abertura da caixa preta da BHTrans”. O que eles descobrirão é que o sistema de transporte da cidade corre sério risco de colapso, e que a tal caixa preta não está nos ônibus, mas em outras áreas da mesma empresa. Descobrirão também o que todo mundo já sabe, a BHTrans é um feudo da esquerda, ineficiente e incompetente.

Foto: Jornal O Tempo internet

Sendo assim, o prefeito pode sair mais forte da CPI, pois vem administrando uma batata quente cuja responsabilidade não é dele, nasceu em 2008 e agravou-se com o empobrecimento da economia provocado por ele. A BHTrans é comandada pelo mesmo grupo (do Carlão) desde sua fundação e carrega vícios, corpo técnico acomodado, preguiçoso e a espera de aposentadoria, (com honrosas exceções). A empresa faz o básico, virou uma espécie de elefante branco ineficiente, sem solução.

O terceiro pior trânsito da América Latina

Não é por acaso que Belo Horizonte tem o terceiro pior trânsito da América Latina, perdendo apenas para Bogotá e Cidade do México. Aqui se perde 202 horas por ano em congestionamentos provocados por mais de 200 gargalos crônicos que esperam por engenharia, e não suportam mais puxadinhos medíocres. A cidade tem um sistema de transporte pensado para uma demanda prevista de 32 milhões de passageiros mês, e não contava com a chegada dos aplicativos de transporte e nem com as facilidades para compra de motos.

Foto: Blog do Zé Aparecido

Resultado disso é fuga em massa de passageiros para o transporte individual, fruto da insatisfação com o modal ônibus. O problema é que de 2008 para cá a demanda despencou e provocou um rombo não programado nas finanças do sistema de transporte. Empresa de ônibus não é instituição filantrópica, como imagina os lunáticos do movimento tarifa zero, tem custo e eles não são baixos.

Sistema de transporte à beira de um colapso

O fato é que o sistema transporta hoje menos de 17 milhões de passageiros por mês e os técnicos, bem como o prefeito sabem disso. A matemática é simples, quem vai pagar a conta desta diferença em um contrato de R$17 bi com sete anos de prejuízos pela frente? Evidente que não pode ser o usuário. A BHTrans vem empurrando o problema, torcendo para que o tempo acelere e que 2027 chegue logo.

Foto: Blog do Zé Aparecido

Mas o tempo tem a sua própria lógica e não adianta mais adiar, cabe ao prefeito atual encarar o problema e resolve-lo, sabe-se Deus como, sem aumentar passagem. Alertada na ocasião, de que estava errando ao apostar suas fichas em um único modal, a empresa deu de ombros e implantou o BRT, ao invés de ter optado por um sistema multimodal que incluía Monotrilho e VLT.

Erros estratégicos da BHTrans em 2008

Foram sucessivos erros estratégicos que ajudaram aumentar o desequilíbrio financeiro do sistema de transporte coletivo e entupir ainda mais as vias já saturadas da capital. O resultado, todo mundo conhece quando precisa atravessar a cidade. Se não bastasse os investimentos em infraestrutura vem sendo postergados e foi também um dos lemas do prefeito: NÃO FAZER OBRAS.

Foto: Acervo Sudecap

Com efeito, se querem realmente abrir a caixa preta da BHTrans, o caminho não é ônibus, talvez a chave das “caixas pretas” estejam dentro da própria BHTrans na sinalização, e em outros endereços fora da empresa municipal de trânsito, como na Sudecap e na Comunicação do governo. Quem viver, verá!

José Aparecido Ribeiro é jornalista e membro da Comissão Técnica de Transporte da Sociedade Mineira de Engenheiros

Contato: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945 – www.zeaparecido.com.br

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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