Deputado Arthur Do Val envergonha o Brasil na Ucrânia ao desrespeitar mulheres

Manchete para o mundo: Deputado brasileiro, candidato a governador pelo estado mais rico do país vai a Ucrânia em busca de turismo sexual

Foto: BBC – Mulheres na linha de frente da guerra em defesa da soberania

Será mesmo que a viagem era humanitária ou trata-se de flagrante de turismo sexual praticado por parlamentar no exercício do mandato, aproveitando-se do cargo em missão num país arrasado pela guerra em pleno século XXI? O que é pior, a guerra e seus efeitos ou a perversidade humana? O episódio me fez lembrar do livro “As Benevolentes” de Jonantthan Liittell, ganhador do Festival Literário de Veneza de 2008, e do Prêmio Goncourt de 2020.

No romance histórico que conta a história da Segunda Guerra Mundial, Liitell revela a que ponto chega a crueldade e a desumanidade, numa metáfora do comportamento de quem serviu a causa nazista. É a guerra narrada pelo carrasco em uma trama que provoca repulsa e mexe com sentidos mais profundos da alma. Livro de 905 páginas que recomendo para quem quer de fato compreender a lógica do holocausto de um prisma que impressiona.

O Brasil acordou estarrecido neste sábado (5) depois de ouvir os áudios do deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val, o Mamãe Falei (Podemos-SP), pretenso candidato ao governo do estado mais rico do Brasil. Homens e mulheres em uníssono estão chocados com o que revelou as falas do deputado, vazadas em áudio que circula pela internet.

Foto: BBC – Mulheres se alistam no exército Ucraniano contra invasão Russa

Aproveitar-se da situação fragilizada de mulheres em decorrência da guerra e da pobreza em um país massacrado por uma potência militar, é no mínimo algo abominável, inaceitável. O episódio também serve para questionar o modelo eleitoral nas democracias mundiais, que permite a “qualquer um” o que não deveria ser para qualquer um. Isso vale para os três níveis de governo, nos legislativos e executivos municipais, estaduais e federais.

Platão Sec. IV a.C, falava que a democracia padece de um pecado original ao permitir indivíduos desse nível ascender-se na política. Igual a ele, existem milhares que deveriam ficar longe da coisa pública. A seleção de candidatos vocacionados para a política continua sendo um desafio. Infelizmente o povo não possui tal discernimento, basta ver o que está acontecendo nos EUA e na Ucrânia. Não cabe aqui o exemplo Russo, cujo líder é um autocrata.

Vale o ditado popular que diz: “Quem fala demais dá bom dia a cavalo”. O escândalo não é o primeiro envolvendo membros do MBL. No entanto, desta vez a trapalhada passou de todos os limites. Não se aproveita de mulheres em nenhuma circunstância, e menos ainda em um país invadido como é o caso da Ucrânia.

Foto: Diário de São Paulo – “Mamãe Falei demais”

Arthur do Val, o Mamãe Falei como ele mesmo faz questão de se nominar, se meteu numa enrascada incorrigível, imperdoável e que expõe o Brasil. A fala repugnante mostra a personalidade, o nível do homem e a falta de decoro do político. De quebra levou junto o coordenador do MBL Renan Santos ao mencionar viagens de cunho sexual sob o pretexto de ensinar Ucranianos a preparar cokteis motolov.

Arthur não pensou no cenário de guerra, no pânico e destruição de famílias que sofrem os horrores da guerra imposta pelo sanguinário Wladimir Putin “novo Czar Russo”. Não deve saber o significado de empatia, solidariedade, generosidade e respeito. Mesmo assim é parlamentar. Ele conseguiu reduzir as mulheres ucranianas a mero objeto sexual descartável.

Não poupou o sofrimento e ainda usou termos chulos, escatológicos para descrever seu interesse nas policiais da fronteira. De certo também não será poupado e terá sua curta carreira encerrada tão logo retorne ao Brasil. Os detalhes da fala jamais serão esquecidos, em especial o trecho que cita: “elas são fáceis porque são pobres”.

Em dois minutos de áudio foi possível perceber a índole do homem e a incapacidade para o exercício da política do parlamentar. A prostituição é uma das consequências mais dramáticas das guerras. “Na guerra as pessoas se prostituem para sobreviver”, foi o que lembrou o jornalista Augusto Nunes do Programa Pingos nos Is da Jovem Pan News-TV. Arthur, na leitura da jornalista Ana Paula Henkel, companheira de bancada de Augusto, “é um verdadeiro predador da pior espécie querendo dar em cima de mulheres  fragilizadas pela guerra. Vou mais longe: é um canalha”. O programa da emissora foi um dos primeiros a revelar os áudios no início da noite desta sexta-feira (4).

Foto: Money Times – Mulheres no front da Guerra 

Recentemente o MBL se envolveu em outro escândalo, protagonizado pelo também deputado federal Kim Kataguiri (Podemos-SP) defendendo o nazismo num programa ao vivo. Ambos foram eleitos na sombra de Jair Bolsonaro, não custa lembrar. E hoje são críticos ferrenhos do presidente que os elegeram, chegando a pedir o impeachment dele. Contradição maior não há!

Repare que no dicionário dos dois parlamentares a palavra lealdade é figura retórica. O inferno astral do MBL não é mera coincidência, é a materialização da lei do retorno que costuma ser implacável com os oportunistas, em especial com os políticos que entram pela porta da sala.

  • Este texto teve a colaboração do Médico Emergencista Dr. Jandir Loureiro do Rio de Janeiro, um dos coordenadores do Médicos pela Vida – MPV.

José Aparecido Ribeiro

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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