Deputados posam seus “clunis” em R$11,5 bi da Vale para não deixar Zema ganhar dividendos. A face oculta da Política de Minas

Deputados sentam em cima de R$11,5 bilhões e travam a economia de Minas deixando de gerar 365 mil empregos

Foto: Acervo ALMG – Deputado Hely Tarquino (PV-MG)

Em fevereiro de 2021 após quatro meses de negociações, o Governo de Minas Gerais fechou acordo com a empresa Vale para reparar os danos ambientais e econômicos provocados pelo rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho, a maior tragédia ambiental da história do Brasil ocorrida em 25 de janeiro de 2019. A queda do barramento deixou 270 mortos – 11 com corpos ainda não localizados, e um rastro de destruição jamais visto.

Após dois anos de intensas negociações com a participação do Ministério Público de MG, Justiça Estadual, Defensoria Pública, Assembleia Legislativa e outros agentes públicos, incluindo a Procuradoria Geral da República, o acordo de reparação de danos foi assinado em 4 de fevereiro de 2021 no valor de R$ 37.689.767.329,00 (trinta e sete bilhões seiscentos oitenta e nove milhões de reais), o maior já registrado em contendas envolvendo o poder público e a iniciativa privada no Brasil.

Foto: Governo de Minas – Governador Romeu Zema (Novo-MG) Deputado Agostinho Patrus Filho (PV-MG)

A aprovação só foi possível graças a um plano minucioso de aplicação dos recursos proposto pelo governo de Minas Gerais que trabalhou rápido e com competência. Plano aceito pelas partes envolvidas com o aval do judiciário e do legislativo estadual. Significa que o governo de Minas poderá investir de imediato mais de R$11 bilhões em obras, reparando danos e fazendo investimentos.

Trata-se do maior acordo de Medidas de Reparação em termos financeiros e com participação do poder público já firmado na América Latina. As medidas de reparação viabilizam investimentos em regiões atingidas pelo desastre, sendo 30% dos recursos beneficiando a população de Brumadinho e outros investimentos em todo o território Mineiro.

Uma das mais importantes é a do Rodoanel de Belo Horizonte, obra que desafogará o trânsito hoje concentrado no Anel Rodoviário da capital, palco de sucessivas tragédias envolvendo acidentes com caminhões e veículos leves que atravessam BH em direção as BR´s 381, 040 e 262. São vários os setores que serão beneficiados, além da mobilidade urbana nesta costura que teve participação de vários agentes estatais.

Foto: TJMG – Presidente do TJMG, Gilson Soares Lemes, Governador Romeu Zema e o representante da Vale/S.A

No entanto a liberação dos recursos já disponibilizados pela Vale depende da movimentação de deputados estaduais aprovando projetos que liberam os recursos para o estado executar as obras. O problema é que o senso de urgência de alguns parlamentares não parece ser o mesmo da população, isso por que o Projeto de Lei (PL) 2.508/21, de autoria do governador Romeu Zema, está parado há dois meses, sob o argumento de que precisa ser melhor discutido, ainda que o debate seja sobre o sexo dos anjos a essa altura do campeonato.

Pasmem, mas R$11,5 bilhões que colocariam para circular a economia de Minas de imediato, resolvendo velhos problemas parecem incomodar raposas da velha política com influencia na ALMG. A dinheirama significa a reeleição de Zema, e isso não agrada adversários do governador, alguns exercendo papéis de articuladores da candidatura do atual prefeito da capital para o governo de Minas. Um deles e talvez o mais ensaboado e perspicaz, secretário especial do prefeito e ex-presidente da ALMG.

Movimento coordenado para enfraquecer Romeu Zema

Tudo feito no modelo tradicional da velha e sorrateira política que permite combinações de bastidores sem que a população ingênua saiba o que de fato o que têm por trás das aparências. Com efeito, o responsável pelo atraso no andamento da aprovação do PL 2508/21 é o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Uberabense, Hely Tarqüínio (PV) do mesmo partido do presidente da casa, que disse tratar-se de “questão complexa em virtude do volume de recursos”. Ou seja, não admite que o lenga-lenga tenha fundo político, motivo da “barrigada” que já dura 2 meses.

Foto: Acervo Adalclever Lopes – Prefeito Alexandre Kalil (PSD-BH) Ex-Governador Fernando Pimentel – (PT-MG)

Enquanto isso a possibilidade de criação de 365 mil empregos diretos e indiretos, a resolução de problemas crônicos na saúde, segurança, mobilidade, educação, turismo e que dependeria de recurso que o estado não tem, fica à mercê do humor e “benevolência” de sua excelência, bem como do presidente da casa, o deputado de 4º mandato, Agostinho Patrus Filho (PV), um político “quase santo”.

Para agravar o quadro a ALMG tem uma das contas publicitárias mais cobiçadas de MG por agências de comunicação que assim como os principais veículos, padecem da desaceleração da economia, deixando a imprensa de cócoras para as contas públicas. Basta ver o silêncio diante do que ocorre na Av. Afonso Pena, 1.212 e na própria ALMG.

Significa, para bom entendedor, que o desejo do presidente da ALMG em tempos de vacas magras para mídia vira ordem. Não é por acaso que a imprensa segue “cega, surda e muda” sobre o tema. Coisas que só acontecem em Minas Gerais e que o soberbo jornalismo político “jabazeiro” finge não ver.

José Aparecido Ribeiro é jornalista

Contato: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945 – www.zeaparecido.com.br

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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