Especialista aponta atitudes simples que podem ajudar a prevenir a doença. Saiba diagnosticar, prevenir e tratar a doença
Foto: Freepik – Norberto Dahal
O último domingo 4 de fevereiro foi Dia Mundial de Combate ao Câncer. O Blog aproveitou a data para conversar com um especialista em câncer bucal, tipo da doença que a maioria das pessoas desconhecem, e que pode ser prevenido. O Instituto Nacional de Câncer (INCA), revelou que 15.190 pessoas foram diagnosticadas com novos casos de câncer de boca nos últimos três anos no Brasil, sendo 11.180 homens e 4010 mulheres.
As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam as maiores taxas de incidência e de mortalidade da doença. De acodo com o cirurgião-que é especialista em saúde e função da boca da Clínica Ateliê Oral, a recomendação é procurar o dentista ao observar os seguintes sintomas:
Lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias; dor persistente na boca, na garganta ou no ouvido; dificuldade ao engolir; qualquer inchaço ou nódulo na boca, na garganta ou no pescoço que não diminuem; rouquidão ou mudanças na voz que persistem.
Além disso, aparecimento de manchas brancas ou vermelhas na língua, nas gengivas, no palato ou na mucosa bucal; sangramento na boca sem razão aparente; dormência ou perda de sensação em qualquer parte da boca ou lábios. O especialista completa que os sintomas podem evoluir para dificuldade na fala e na mastigação e sensação de que há algo preso na garganta.
Onde a doença se manifesta
Na conversa que teve com o Blog, Kyrillos chama atenção para a importância de consultar um especialista habilitado para fazer um diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento, uma vez que o diagnóstico precoce do câncer de boca permite identificar lesões suspeitas e iniciar imediatamente o tratamento precoce da doença, evitando que ela se agrave.
“A recomendação de “visitar periodicamente o dentista” não deve ser normalizada, como uma frase de efeito. Deve ser enxergada como uma orientação vital e obrigatória para a saúde em sua forma integral, visto que o profissional dentista não deve se limitar a olhar os dentes. Na boca, além de cáries, infiltração e demais problemas mais conhecidos, podem ser diagnosticados tumores e outros males que vão impactar todo o organismo. A boca é a porta de entrada para a saúde e para as doenças”, enfatiza.
O cirurgião destaca que pelo fato de ser uma doença propensa a tumores malignos, em virtude da região bucal, o paciente deve ficar atento e cobrar do seu dentista uma observação criteriosa, sobretudo nas regiões das gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas), além da região embaixo da língua, lábios e amígdalas.
Prevenção é o melhor remédio
Marcelo Kyrillos chama atenção para o fato de que atitudes simples do dia a dia podem diminuir as chances de desenvolver a maioria das doenças malignas, inclusive os tumores na boca, que são os mais comuns tipos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil.
Entre as medidas possíveis de serem adotadas, destaque para o cigarro. O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Evitá-lo ajuda a prevenir. Além dele o consumo excessivo de álcool, e exageros na exposição ao sol devem ser levados à sério.
Com efeito, o sol é fonte de vitamina D natural, e um banho de sol evita muitas doenças, desde que seja moderado e em horários de baixa incidência de raios ultra violetas. Exposições prolongadas entre às 10 até 16H pode provocar lesões nos lábios. Recomenda-se protetor solar labial para prevenir queimaduras que podem aumentar o risco de câncer de lábios e de pele ao redor da boca.
O especialista alerta ainda para alguns tipos de HPV que estão associados ao desenvolvimento de câncer bucal, principalmente o HPV16, sendo a vacinação contra o vírus uma das formas mais eficazes de evitar a doença. Higiene bucal e uma dieta rica em alimentos saudáveis, servem como coadjuvantes na prevenção.
Tratamento e cura
Dados da Fundação do Câncer informam que os tumores quando diagnosticados no início têm um tratamento mais rápido e eficaz, com 80% de chances de cura, sendo quase dispensáveis intervenções cirúrgicas.
“É importante que a população saiba que, além dos dentistas particulares, unidades de saúde oferecem ao longo do ano exames bucais vitais para a detecção precoce da doença. Então, não há desculpas para fugir. É preciso estar atento e em dia com a saúde”, completa.
Atenção aos sinais que podem indicar câncer de boca
- Lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias;
- Dor persistente na boca, na garganta ou no ouvido;
- Dificuldade ao engolir;
- Inchaço ou nódulo na boca, na garganta ou no pescoço que não diminuem;
- Rouquidão ou mudanças na voz que persistem;
- Aparecimento de manchas brancas ou vermelhas na língua, nas gengivas, no palato ou na mucosa bucal;
- Sangramento na boca sem razão aparente;
- Dormência ou perda de sensação em qualquer parte da boca ou lábios;
- Dificuldade na fala e na mastigação;
- Sensação de que há algo preso na garganta.
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
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