Em meio a pandemia uma epidemia que agrava-se, a dos acidentes com motocicletas

Foto: Portal do Amazonas

Epidemia tão grave e não menos fatal do que a do Covid-19 avança nas ruas das cidades brasileiras. Contra ela não se nota ações das autoridades competentes. Os prejuízos causados por essa doença silenciosa e negligenciada pelas três esferas de poder acabam caindo na conta do contribuinte e servem para piorar o já combalido sistema previdenciário brasileiro. Refiro-me aos efeitos dos acidentes de motocicletas e o comportamento desta categoria profissional no transporte de alimento.

O Seguro do Trânsito – Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre – DPVAT, cobre parte dos prejuízos hospitalares, mas o grosso, sobretudo quando termina em invalidez permanente vai parar na conta da Previdência Social. E não fica só nisso, o descontrole sobre a atividade se apresenta também no campo da vigilância sanitária por envolver transporte de gêneros alimentícios.

Vamos nos ater ao comportamento dos profissionais e os prejuízos materiais causados por acidentes de trânsito envolvendo motocicletas  conduzidas por duas categorias facilmente confundíveis. Para pilotar a mesma máquina há dois tipos de profissionais, o motoqueiro e o motociclista. O que diferencia o primeiro do segundo é o comportamento no trânsito. Um é previdente, responsável e, portanto está menos sujeito aos riscos inerentes da atividade. Já o outro é imprudente, irresponsável e costuma pagar com a própria vida pela insensatez do comportamento.

Motoqueiro e motociclista, diferenças que salvam vidas

Foto: Infonet Brasil

O bom motociclista respeita as leis de trânsito. Já o motoqueiro não respeita ninguém, nem a si mesmo, tampouco as leis. Ela não existe para ele. Prova disso é a beligerância testemunhada diariamente por quem circula pelas ruas e avenidas das grandes e médias cidades brasileiras. Há quem diga que o comportamento insensato é fruto da pressão no cumprimento de metas estabelecidas pelos aplicativos de entrega como Uber Eats, Ifood, Rappi, o que não deixa de ser verdade.

Porém, a maioria dos motoqueiros não sabem o significado e a importância do Código Nacional de Trânsito e muito menos das normas sanitárias que regulamentam o transporte de alimentos. Para eles não existem sinais vermelhos; regras de ultrapassagem pela esquerda; sinalização horizontal ou vertical; faixa de pedestres que deveriam ser respeitadas, velocidade máxima etc, nada disse, eles simplesmente ignoram e deslizam sob o fio da navalha desafiando a morte, a física e o bom senso.

Foto: Portal Uai – SOS Mobilidade Urbana

Chego a pensar que a necessidade de adrenalina é maior do que a da sobrevivência. Quanto mais arriscada à manobra em cima da moto, maior a falsa sensação de confiança e, portanto, maior também as chances de quedas e colisões. O “se”, dá lugar ao “quando” na equação dos riscos de acidentes iminentes.

Com o advento da pandemia do Coronavírus o número de motocicletas a serviço da sobrevivência de trabalhadores cresce. Com isso a necessidade de campanhas de conscientização que não existem, ou não são divulgadas adequadamente. É urgente uma campanha nacional alertando sobre a gravidade do tema não só para quem é vítima, mas para quem paga a conta, nós os contribuintes.

Barulho provocado por escapamentos de motocicletas fora dos padrões

Outro efeito das motocicletas conduzidas por motoqueiros insensatos sai dos canos de descarga, e que nos horários noturnos agrava-se. Quem mora próximo de avenidas e ruas movimentadas sabe o que significa o barulho ensurdecedor das motocicletas que circulam em alta velocidade atrapalhando o sono e a saúde de quem precisa do silêncio para o descanso. Com efeito, o tema precisa ganhar destaque na agenda de autoridades, pois cresce o número de desempregados que buscam na atividade de motoboy respostas para sobrevivência em um país com poucas oportunidades de emprego.

José Aparecido Ribeiro é Jornalista em Belo Horizonte – Escreve sobre assuntos urbanos, turismo e mobilidade.

Contato: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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