Ferramentas de inclusão como YouTube revelam que o teatro pode ser acessível para qualquer pessoa
Foto: Reprodução Festival de Popularização do Teatro de OP
Chega ao fim com recorde de público, a terceira edição do Festival de Popularização do Teatro de Ouro Preto. Foram 16 atrações artísticas que mobilizaram 213 artistas e um alcance expressivo que passou de 50 mil pessoas. Ao vivo, de forma presencial, o evento recebeu mais de 1.100 pessoas que passaram pelo Teatro Casa da Ópera, o mais antigo em operação das Américas. Lá fora, 14 mil expectadores puderam conferir as atrações no telão do palco externo, com transmissão ao vivo.
Já pelo Youtube, em um canal especial dedicado ao evento, foram mais de 35 mil visualizações. A equipe de produção reuniu 144 profissionais, sendo 95% da cidade de Ouro Preto, sede do espetáculo. Graças ao Festival, a estimativa foi de que que o evento gerou uma injeção financeira de R$ 2 milhões na economia ouro-pretana no período.
Foto: Reprodução Festival de Popularização do Teatro de OP
O Festival de Popularização do Teatro de Ouro Preto está na sua terceira edição e consolida-se como parte da programação cultural da cidade e oportunidade para que artistas renomados possam ter um encontro mais próximo com o público. Prova disso foi a apresentação, no palco externo da Cia de Comédia Os Melhores do Mundo. Depois de duas sessões lotadas na capital, os atores fizeram uma apresentação que marcou o início das comemorações dos 30 anos do grupo brasiliense.
Foto: Reprodução Casa da Ópera de Ouro Preto
O Blog conversou com Pedro Bismarck, criador do personagem Nerso da Capitinga, abriu a programação celebrando quatro décadas de carreira, e com a consagrada artista Gorete Milagres (Filomena) que divertiram os fãs. As crianças não esconderam a ansiedade para assistir os espetáculos infantis Mágico de Oz e Rei Leão, e as noviças do espetáculo Santinhas do Pau Oco cantaram, dançaram e contaram histórias para o público. “Estamos muito felizes em participar e trazer alegria para um público que normalmente não tem acesso ao teatro, mas que acompanha nosso trabalho, e agrada as novas gerações”, relatou o comediante que tem mais de 30 anos de carreita.
Democratização e acessibilidade
O diretor da Enquanto Isso em Ouro Preto, Leandro Borba, comemorou os números do Festival. “Tivemos um final de semana histórico em Ouro Preto para todos nós e, especialmente, para as pessoas que vieram prestigiar o nosso Festival de Popularização do Teatro. Apostamos nas ferramentas digitais e ampliamos o alcance online dos espetáculos apresentados”, destaca.
Foto: Festival de Popularização do Teatro de OP
“Assim como brincou Pedro Bismarck, veio o rádio e o teatro não acabou, depois a televisão e agora a internet. O teatro continua forte e observamos isso no Festival de Popularização do Teatro, que trouxe desde crianças a idosos que tiveram o primeiro contato com essa arte. É lindo ver um idoso vendo uma caixa de Lambe Lambe e uma criança se emocionando ao assistir um espetáculo. Esse é o objetivo do Festival, democratizar o acesso para as pessoas das periferias que acreditavam que a Casa da Ópera não era a sua casa. Por isso, neste ano nós investimos na acessibilidade, com espaço reservado para cadeirantes, interprete de libras, apostila em braille e, como novidade, uma monitora com formação em terapia ocupacional e especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, afirma Gilson Martins, diretor da Holofote Comunicação e Cultura que também conversou com o Blog.
O Festival de Popularização do Teatro de Ouro Preto é um projeto idealizado e realizado pela Enquanto Isso em Ouro Preto, com patrocínio master do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) do Governo Federal, e apoio da Prefeitura de Ouro Preto, com produção e comunicação da Holofote Cultural.
Foto: Reprodução Teatro Casa da Ópera de Ouro Preto
Sobre o Instituto Cultura Vale
O Instituto Cultural Vale patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. A Cultura é matéria prima do povo mineiro. Da história que as avós contam, as receita que passam de geração em geração e do jeito que o mineiro fala, até o que se vê nos museus, no teatro, nos filmes e nos livros. A cultura é a expressão e um povo. É na verdade a humanidade compartilhada, bem mais precioso. O teatro é muito mais do que entretenimento: ele tem a magia transportar as pessoas para outros mundos, levando à reflexão e a conexões. O teatro é a linguagem da emoção e da imaginação, e isso tem valor para o Instituto Cultural Vale.
José Aparecido Ribeiro é jornalista e vice-presidente da Abrajet-MG
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