Hospedar no Hotel Fazenda da Paciência é uma experiência inesquecível que vale a pena, e fica logo alí em Santana dos Montes, há 130 km de BH

O Hotel Fazenda da Paciência recebeu jornalistas da Abrajet -MG para um press trip no último final de semana

A experiência na Fazenda da Paciência que virou hotel pelas mãos de um visionário, o advogado tributarista Vinícios Leôncio, autor do maior livro do mundo e detentor de conhecimentos fora da curva, começa antes, na bucólica cidade de Santana dos Montes, município mineiro de 3,4 mil habitantes que guarda um acervo histórico que vale a pena ser conhecido, há 112 km de BH pela BR 040 até Cristiano Otoni e em seguida mais 18 km em estrada pavimentada de boa qualidade.

É preciso ficar atento na chegada para não passar direto e perder a oportunidade de conhecer a Praça Central (Praça Aristides Araújo Teixeira) e seu casario colonial que é um convite para uma viagem no tempo. Um cenário de cinema com uma bela igreja ao meio ornamentando a paisagem estacionada, intacta e bem cuidada, tudo isso nos transportando para os tempos do Brasil Colônia e das fazendas centenárias onde milhares de escravos pereceram.

Portanto, antes de pegar a estradinha de terra de 5 km, bem sinalizada, que leva ao Hotel Fazenda da Paciência, recomendo uma parada no centro histórico de Santana dos Montes para uma seção de fotos e contemplação. Poucos locais em Minas Gerais guardam a originalidade e possuem características coloniais tão marcantes. Mas atenção, a prefeitura da cidade não se deu conta da importância do acervo e não existe se quer uma placa indicando como chegar na Praça da Igreja.

É comum o turista que busca um dos hotéis fazenda da região passar direto sem apreciar o atrativo pitoresco que é digno de cenário cinematográfico, tamanha beleza arquitetônica. Ao adentrar em Santana dos Montes, em direção ao Hotel Fazenda da Paciência, pergunte onde fica o Centro Histórico. Coloque primeira marcha no carro e suba à direita em direção à igreja, a subida de um quarteirão apenas é íngreme, mas vale a pena. Lá, pare, desça do carro e prepare-se para apreciar a história.

Mas vamos ao que interessa, a “Paciência”, como se refere ao hotel fazenda, Vinicios Leôncio, responsável por dar forma e vida a este projeto magnífico. Foi em 2001, depois de uma visita ao local que é uma fazenda do século XVII, cercada de uma natureza exuberante e duas serras que nos faz desejar ter asas, tamanha beleza da Mata Atlântica que cerca toda a extensão num convite a aventuras tipo Indiana Jones. Segundo o anfitrião, lá no topo da montanha tem uma caverna que já foi habitada por índios Carijós e que serviu de esconderijo para os Inconfidentes Mineiros. (Em relação aos Carijós, uma correção: Povos Originários, para os lacradores de plantão).

Vencidos os 5 km entre Santana dos Montes e a entrada da “Paciência”, o visitante deve preparar o coração para fortes emoções, pois a paisagem e a descida da serra em estradinha de pedra que passa apenas um veículo, é uma aventura que pede atenção e paradas para leitura de uma série de placas com mensagens icônicas que nos convidam ao mundo de experiências instigantes logo abaixo. Todas mensagens do idealizador do hotel, o advogado, poeta, escritor, cantor, repentista e orador nato, Vinícios Leôncio, um sujeito diferente que está sempre surpreendendo com a sua erudição e entusiasmo.

Desça devagar e engrenado, especialmente se estiver ao volante, pois a paisagem tem o poder de abdução. Vale lembrar que a descida é íngreme e um erro ao volante pode se transformar em uma tragédia. “Um olho no peixe e outro no gato”, sem perder o foco no pedal de freio e mãos firmes ao volante, sem direito a triscar. Não resistiu, pare o carro, uma, duas, três vezes se necessário, mas não tente dirigir e contemplar a beleza do local ao mesmo tempo. Quem avisa amigo é!

 

Ao final da descida o visitante se depara com uma porteira típica das fazendas do interior de Minas Gerais, esta com mais de 300 anos, e uma estradinha que serpenteia um lago e leva ao casarão onde fica a recepção em frente a um pátio feito de pedras, tudo original e preservado como há 300 anos. Daí em diante, você não vai lembrar mais que está em 2024 e que o mundo em que vivemos é de aço, pedra, areia e cimento.

Na Paciência o tempo parou muito antes de você e suas 30 gerações passadas existirem (As gerações hoje são calculadas por décadas). É um mergulho na história com direito a ranger de portas, piso de madeira, pé direito de 7 metros de altura e “sustos” criativos que vai tirar risadas e você não vai esquecer ao circular pelo casarão onde fica a maioria dos quartos.

A surpresa que você encontra ao subir as escadas do casarão para acessar os quartos do segundo andar, faz parte da história de Vinicios Leôncio, e mesmo que seu aposento esteja na parte anexa, a mais nova, construída depois que a fazenda virou hotel, peça para a simpática recepcionista te levar ate a ala interna superior do casarão, passando pela sala de vistas, lá você vai encontrar a tal “surpresa”, com o risco de levar um susto, sempre seguido de boas gargalhadas, ainda que você passe 10 vezes no local. Aliás, aproveitando o tema sugerido, em se falando no passado, a história da aquisição da fazenda vale a pena ser contada.

A região abrigou uma tribo Carijós por volta dos anos 1.700. A fazenda que já foi morada de escravos é tri-centenária e foi adquirida pelo advogado tributarista depois de uma visita a pedido de uma amiga que queria vender a terra herdada e o chamou para uma assessoria contratual, coisas para advogados acostumados às letras. Ao chegar na “Paciência” Vinícios, que é sensitivo, percebeu que aquele local não poderia ser demolido, e teve a certeza de que a fazenda seria dele. O advogado relata: “Senti uma energia diferente e chamei todo mundo para uma conversa. O comprador seria um tal senhor Geraldo, mas “inexplicavelmente” ele desistiu; e eu não tive dúvidas, era para ser minha. Realizei a compra já pensando em transformar isso aqui em um hotel. Meu sonho levou 21 anos para se concretizar por inteiro”. Entre mortos e feridos, todos se salvaram a Paciência é um recanto que vale a pena ser conhecido.

Sem pressa mas com determinação, capacidade de superação e criatividade que lhe são peculiares graças aos percalços, a fé e a perseverança, com ajuda do irmão Javé, que é o administrador da Fazenda, vem reformando, com paciência, a fazenda que hoje conta com 13 suítes confortáveis que se encaixam na categoria 4 estrelas, incluindo camas king-size, enxoval de percal, menu de travesseiros, tv a cabo, internet 5G. Só não tem e nem precisaria de ar condicionado. Qualquer ruído que não seja os originais vindos das matas, de grilos, seriemas, gansos e mugidos de boi, tornaria a estada, comum. E tudo que a Paciência não é, é um lugar comum. Pelo contrário.

Vinicios Leôncio terminou as intervenções em 2021, pelo menos é o que ele diz, embora esteja sempre mexendo e agregando conforto ao hotel fazenda, que em breve vai ganhar mais 4 suítes subindo para 17 e quem sabe dobrando este número de UH´s, permitindo a realização de convenções. Espaço e motivações não faltam para acrescentar anexos sem afetar a originalidade da fazenda que guarda a história de quem por ali passou e viveu nos últimos 300 anos. O pé direito dos quartos permitem um ambiente agradável que dispensa ar-condicionado, embora tenha ventiladores à disposição dos hóspedes.

Um dos anexos construído já foi o curral da fazenda, e hoje abriga uma cozinha muito bem montada e à vista dos hóspedes com fogão a lenha e forno para pizza, além de mesas que recebem até 40 pessoas. É o local preferido dos hóspedes onde fica o restaurante e é servido o café da manhã. Difícil ao adentrar é escolher o que comer, tamanha fartura sempre em cima do fogão, a qualquer hora do dia. Confesso que há décadas não comia um pão de queijo com queijo derretendo por dentro.

As rosquinhas e biscoitos fresquinhos estão no cardápio, tudo feito na cozinha que possui estrutura de padaria e uma linha produção que não para. As frutas e verduras são colhidas na horta ao lado da cozinha, e da janela chama atenção um pé de mamão envergando com cachos da fruta, além das jabuticabeiras, pés de mexericas, laranjas e várias espécies típicas da região que você pode degustar arrancando do pé.

No restaurante da Paciência podemos dizer sem medo de errar que a comida é da roça e original. E não é por acaso que fazendeiros da região, incluindo os de Conselheiro Lafaiete e moradores de Santana dos Montes frequentam a Paciência para almoçar, jantar e ouvir modas de viola que periodicamente acontecem com a presença do contador de causos, músico, repentista, lenda, poeta e declamador Vinicios Leôncio, cuja desenvoltura, presença de espírito, inteligência e sensibilidade deixa qualquer o visitante impressionado. O fogão raramente fica desligado. Tão logo termina o café da manhã, sem rigidez de horários, começa outra comilança que emenda com o brunch e o jantar.

A tradicional e verdadeira comida mineira é a base nas panelas de barro e ferro em cima do fogão a lenha em contato direto com as toras que ficam fumegando o tempo todo: Angu, feijão de três tipos, quiabo, abobrinhas, moranga, couve, taioba, canjiquinha, arroz de vários tipos, carne de panela, de sol, mandioca frita, cozida, feijoada, rabada, frango caipira, ensopado, frito, cozido, carne de porco, incluindo pernil, angu de moinho de pedra, e muita salada com ingredientes colhidos alí mesmo. Só vendo e degustando para entender o valor que esses pequenos detalhes têm para quem vive em um grande centro como Belo Horizonte, onde a feira já não é mais a mesma há décadas, tanto em qualidade quanto em preço.

O time liderado pela Rô (Chefe de Cozinha) é de altíssimo nível, digno de hotel 5 estrelas, são 10 mulheres trabalhando diuturnamente com sorriso largo e destreza de 6h às 23h, sempre atentas aos movimentos dos hóspedes para oferecer mais do que eles esperam, na Paciência a palavra-chave é ACONCHEGO.  Nota-se um misto de simplicidade e requinte que deixa qualquer pessoa encantada. A equipe de funcionárias do Hotel Fazenda da Paciência trabalha com prazer, é possível perceber no semblante de cada uma das moças, e são muitas.

A Paciência data de 1742 e abrigou 80 escravos, é possível visitar o local onde eles moravam, as ferramentas que eram usadas para “correções” e as peças originais que pertenceram ao Barão de Queluz, que foi o proprietário e responsável pela construção da fazenda. A sede de 3 mil M2 em um terreno de 200 hectares exigiu do advogado Vinícios Leôncio esforços monumentais, tendo em vista que o casarão principal estava destruído, sem telhados e completamente abandonado. O primeiro desafio a ser vencido foi a construção de uma estradinha que pudesse receber caminhões, e veículos médios que transportaram durante anos, pacientemente, os materiais para as construções e reformas necessárias para recuperar a fazenda. Incluindo a jardineiras e carros antigos em exposição numa dos galpões do hotel em frente ao restaurante.

O advogado que virou hoteleiro pensou em tudo, na Paciência as crianças encontram uma brinquedoteca construída dentro de um ônibus como se fosse uma sala de aula em um Jardim de Infância. Ele construiu também uma réplica de uma casa dos tempos em que Jesus Cristo viveu na Palestina. O “cabra” é estudioso dos mais variados temas e profundo conhecedor da Bíblia Sagrada. Outro atrativo que não passa desapercebido é um boi que está sempre zanzando vagarosamente nas proximidades do restaurante, e é tratado a “pão de ló”. Na Paciência até os animais recebem o carinho que merecem. O boi é diabético e por isso precisa de atenção especial e acompanhamento de especialista.

Vinicios é persistente, aprendeu a ter paciência, disciplina de jogador e sagacidade de garimpeiro, na Serra Pelada, a famosa Minas de ouro em Curionópolis – sudoeste do Pará que funcionou de 1980 a 2007, onde esteve por três anos vivendo uma das maiores aventuras da sua vida. Até que um dia resolveu voltar para origens e estudar Direito, se transformando em um dos maiores especialistas do Brasil em assuntos tributário, autor do maior livro do Mundo, hoje em exposição no Hotel Fazenda mas com data marcada para ser exibido no Parlamento Frances em Paris – O Livro: Consolidação Parcial da Legislação Tributária do Brasil (escrito pelo missivista e auditado pelo Guiness Book), impressiona pelo tamanho e conteúdo.

O livro que representa a consolidação das leis tributarias brasileira é um emaranhado de 41 mil páginas e 7 toneladas, levou 15 anos para ser concluído, exigiu a montagem de uma gráfica exclusiva para a empreitada e projetou o advogado para o mundo. O feito já foi capa da revista Time de Nova York, já esteve exposto na entrada do Congresso Nacional em Brasília, ocupou telejornais e primeira página dos maiores jornais do Brasil, associações e entidades empresariais, mas hoje descansa na Paciência e pode ser visitado por hóspedes que acessam as raridades que compõem os atrativos do hotel, entre elas, um museu com acervo raríssimo de peças que contam a história da América do Sul Andina, do Brasil e de Minas Gerais.

Entre outras curiosidades, e exclusividades, a Paciência abriga uma cachaçaria, um alambique próprio; exposição de discos de vinil com mais de 4 mil capas; adega construída pelo proprietário em local estratégico que é um atrativo histórico; um quarto de escravos; uma cópia da Lei Aurea original; exposição de veículos antigos; uma sala para curar queijos equipada com música clássica 24 horas por dia, em um processo que leva 120 dias. Os queijos curados ao som de Cantos Gregorianos, que segundo o proprietário, fazem a energia vibrar em 540 Hertz. Os fungos que agem nos queijos, recebem essa frequência que é transferidas para a especiaria que é servida no café da manhã da Paciência.

Para as solteiras (os) que visitam a Paciência, uma promessa que vem sendo cumprida com resultados surpreendentes e enigmáticos. Ao sentar na “Pedra do Amor” que fica há 600 metros da sede da fazenda, a pessoa que está solteira e deseja se casar não precisa esperar muito para concretizar o sonho, ele vem a cavalo. São fartos os relatos de solteiros (as) que em pouco tempo retornam à Paciência acompanhados com aliança em punho para comemorar os milagres atribuídos à “Pedra Milagrosa” que é cercada de vegetação nativa, uma ponte de madeira e uma pequena cachoeira que convida para um banho relaxante.

Na Paciência a programação é extensa e variada, inclusive em dias de chuva: Além das piscinas com água natural e quente; cascata; lagoa para a prática de pesca; sauna a vapor; pista de boliche profissional; tirolesa; salão de jogos; passeio a cavalo; touro mecânico e igrejinha com sino original, o hóspede pode caminhar de pés no chão se reconectando com a natureza. Uma visita completa aos atrativos internos do hotel fazenda leva pelo menos 5 horas.

Se não bastasse, o local possui um Lavandeiro, cujo nome é Marília de Dirceu ocupando uma área de 10,5 mil M2 onde se pretende explorar a produção de mel puro de abelhas. A lavanda, dizem, estimular o sistema olfativo interferindo nas emoções e na memória. A plantação está no início e deve ser concluído ainda este ano, fica acima da piscina que está de frente para a serra, um local de contemplação ímpar. O projeto é da arquiteta, urbanista e paisagista Lidianne Ribeiro.

Vinicios Leôncio fechou a fazenda no último final de semana para receber um grupo de periodistas que fazem parte da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – Abrajet-MG e fez questão de estar presente mostrando as preciosidades que conseguiu reunir no seu hotel que é uma atração recomendável para quem precisa descansar e desfrutar de ambiente rural, com originalidade e natureza exuberante, sem abrir mão de conforto e qualidade.

“As pessoa que conhecem a Paciência, em sua maioria querem voltar. Alem disso elas costumam ser a melhor propaganda. Quando você retorna em um destino que visitou é sinal de que foi bem atendido e gostou. Tenho a sensação que todo mundo que vem aqui volta para a rotina na cidade renovado, depois de respirar ar puro, contemplar a natureza e a história. Voltam também com um pouco mais de conhecimento sobre a cultura local, de Minas e do Brasil”, destaca o anfitrião.

Vinicios lembra ainda que o hotel é muito perto de BH, há 130 km, em estrada asfaltada até Santana dos Montes. “Os 5 km de estradinha de terra faz parte do ritual de desligamento da rotina. Não é fácil desconectar de imediato, então o deslocamento ajuda as pessoas na conexão com a natureza que só quem já veio sabe do que estou falando. Aqui você acaba descansando e acrescentando informações novas ao seu repertório cultural, é um resgate da história escravagista, indígena e política não só do nosso estado, mas do país e por que não dizer do mundo”, encerra.

José Aparecido Ribeiro é jornalista, presidente da Abrajet-MG

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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