Mobilidade não existe na agenda do Prefeito e tem gente mudando de BH por isso

 Edgard Daniel Utsch, Administrador de Empresa, cidadão atuante e conhecedor dos problemas da cidade enviou mensagem para o blog dizendo que está cansado de esperar por atitudes dos nossos governantes em relação ao tema infraestrutura e mobilidade.

Ele literalmente está desistindo de viver em BH, assim como dezenas de outros leitores que se manifestaram no ultimo post  (Trânsito em BH, ninguém aguenta mais tanta mediocridade na sua gestão).

A cidade parou novamente na véspera do último feriado dia 14/11. O fenômeno tem nome na linguagem dos especialistas em I-MOBILIDADE URBANA: Deadlock-traficc, e é cada vez mais comum, sem que ninguém se manifeste oficialmente. Não agenda do prefeito mobilidade urbana é assunto que não existe. 

Na integra, POR Edgar Daniel Utsch

“Eu estou concluindo meu processo de mudança, saindo de BH. E eu já declarei aqui, que considero Belo Horizonte um autêntico inferno. Nasci aqui e me entristeço ao ver a cidade onde tinha prazer em crescer, andar, estudar, passear, trabalhar, viver, se perder, em todos os sentidos. Uma verdadeira lástima.

Mas ainda sim vou opinar. A questão da carência da infraestrutura de Belo Horizonte é fato notório, e indolente. É engraçado, a capital mineira tem idade de pouco mais de 120 anos e problemas de uma cidade de 2000 anos…3000? Problemas que passam pela política, mas também passam pela cultura, pelos costumes, as tradições, rotinas…(muita gente se dizendo especialista e prestando um desserviço para a cidade, a turma do deixa disso)

É percebível quando uma administração está agarrada em uma ideologia cujo principal objetivo é controlar a vida das pessoas. É isso que a Prefeitura faz. Ela quer direcionar o indivíduo para o que ela (administração atual) acha ser melhor para ele mesmo. Parece que Santo Agostinho e o instituto do livre arbítrio passaram longe do conhecimento dessa Prefeitura. (curioso é que se dizem democratas, mas na prática não ouvem e nem respeitam ninguém, vale a opinião deles, que na maioria das vezes é equivocada)

O que ela faz para o trânsito e mobilidade? Quer direcionar o indivíduo para usar um sistema de transporte coletivo incompleto, desintegrado, caro, sujo. Quer direcionar o cidadão para o uso de bicicletas, sem ao menos realizar a infraestrutura necessária e dinâmica para convencer o cidadão a usar realmente a bicicleta.
Quer direcionar o cidadão forçando-o a deixar o seu automóvel em casa com aquela velha desculpa de poluição, modernidade e o mimimi ambiental, causando artifícios burros, Zona 30, Mobicentro e por aí vai.

O Detran-MG publicou no último dia 12, um estudo estatístico onde verifica-se que, se Belo Horizonte  mantiver, nos próximos três anos, o ritmo médio de crescimento da frota de veículos registrado desde 2015, a capital deverá ter mais veículos do que pessoas em 2022. A cidade tem, hoje, uma frota de 2.199.069 veículos, o que representa expansão de 7,7% em relação aos pouco mais de 2 milhões contabilizados em 2018. Temos uma população aproximada atual de 2.512.070 habitantes, e conforme o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deverá alcançar o número de 2.560.611 moradores em 3 anos.

O volume de veículos em Belo Horizonte cresceu 1 milhão em 10 anos, passando de 1,2 milhão em 2009 para quase 2,2 milhões neste ano, um aumento de 80%. Segundo dados do Mapa de Motorização Individual 2019, do Observatório das Metrópoles, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Região Metropolitana de BH teve o maior aumento da frota de veículos entre as metrópoles do país. A região teve um aumento de 7,3% de 2017 para 2018, enquanto a média nacional foi de 3,7%, quase metade do índice da Grande BH. Mas a prefeitura segue fazendo vista grossa para o fato e agindo como se carros não existissem ou fossem conduzidos por Et,s como salienta o autor do texto.

Conforme orientação do Coordenador Geral de Graduação e Coordenador do curso de Ciências Econômicas do Ibmec-MG, Márcio Salvato, em estudo feito para o Jornal Hoje em Dia, se o ritmo de crescimento vertiginoso de frota for mantido, a cidade terá, em 2022, aproximadamente 2.669.105 veículos. Ou seja, em três anos, BH poderá ter cerca de 100 mil carros a mais do que moradores, algo em torno de 1,04 carro por morador. Sinal claro de que a política de transporte público está equivocada e no caminho oposto ao desejo da população.

E daí? Daí que se tenha, pelo menos, no que diz a essência da Constituição Federal de 1988, somos livres, temos o direito de ir e vir, sem restrições. Cada um no seu automóvel, e mais e mais automóveis. Já! E mais CNH! No dia em que fui aprovado no exame de direção, eram mais de 600 candidatos. 639 exames de direção, para ser mais exato! Só em um local, Alípio de Melo. Imaginem nas outras áreas de exame: Pampulha, Barreiro e Gameleira… Nem todo mundo é aprovado, é o fato, porém a procura é muito grande. E mesmo assim, provavelmente aquele que não foi será em uma outra oportunidade. O que eu quero dizer? Tem que ter habilitação mesmo, e tem que ter carro mesmo! Muito carro nas ruas, afinal vivemos em uma democracia!

Ninguém é obrigado a pagar R$ 4,50 por uma tortura, pelo sofrimento, um transporte como já disse aqui, coletivo incompleto, desintegrado, caro, sujo, e inseguro. Quem está sendo queimado politicamente por isso, pela inércia administrativa e muitas outras coisas, trabalha na Afonso Pena, 1212, e nem precisamos dizer o nome.”

jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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