Para Platão a verdade é aquilo que conduz ao bem, e não aos fatos
POR: Carlos Eduardo Fonseca Da Matta Procurador de Justiça do MP de São Paulo
Ninguém é dono da verdade. Aliás, a “verdade” é algo que possui múltiplos prismas e aspectos dos quais tomamos conhecimento muita vez apenas de pouco a pouco, a conta gotas. Muitas coisas são tão complexas que levamos anos ou décadas para compreendê-las em sua plenitude.
Neste caminho não raro percebemos que estávamos equivocados quanto a especificidades que antes pareciam claras. O que nos resta é permanecer com a mente aberta, sempre inquiridora, sempre a questionar, sempre pronta a superar noções mal formuladas, mal compreendidas.
Só podemos agir de acordo com o que compreendemos em determinado momento. O que nos socorre é a boa vontade, aliada à cautela de nunca aceitar fazer mal, de sempre procurar dedicar tempo necessário para pesquisar e procurar entender aspectos importantes de temas quanto aos quais devamos decidir.
É preciso respeitar limites, respeitar nossos irmãos, nossos pares, suas decisões, suas opções. Agir nos limites da capacidade e dos deveres de cada um. Se enxergarmos o mal, devemos apontá-lo, porque a omissão é pecado grave.
Sempre de acordo com o chamado princípio de ouro, de muitas religiões e culturas, consignado expressamente no mandamento bíblico:
“Omnia ergo, quaecumque vultis ut faciant vobis homines, ita et vos facite eis” (Evangelium secundum Matthaeum, 7:12). Ou: tudo aquilo que gostarias que a ti fizessem as pessoas, assim faça a eles; ou em fórmula mais conhecida: faça aos outros, o que você deseja que eles façam a você.
Mas cada um age apenas dentro da esfera de sua competência, de seus limites. O próximo poderá decidir de outro modo. Minha consciência acalma-se ante a noção de que faço aquilo que posso.
Carlos Eduardo Fonseca Da Matta
Procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo
Membro da Associação MP Pro-Sociedade
José Aparecido Ribeiro é jornalista
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