Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam crescimento nos registros de novos casos de câncer. Serão 232 mil só em 2023 no Brasil
Todos os anos, o 4 de fevereiro é lembrado como o Dia Mundial do Câncer. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC). Neste mês várias instituições públicas e privadas em todo o mundo trabalham em conjunto para chamar a atenção sobre a doença.
São mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células. Apesar de grandes avanços da medicina, estudos preveem que, até 2030, a doença acometa mais pessoas de câncer do que as que sofrem com problemas cardiovasculares. Os males do coração são a principal causa de morte hoje em todo o planeta.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil preveem 704 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025, sendo os tipos mais incidentes os cânceres de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelo câncer de mama (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
Considerando as previsões alarmantes, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) alerta a população e a comunidade científica para a importância das medidas de prevenção, rastreio e tratamento do câncer, procedimentos cientificamente eficazes. O Blog replica aqui a entrevista dada ao site do Médicos pela Vida que conversou com o Dr. Carlos Gil Ferreira que é o presidente da SBOC, sobre o problema:“Se identificado em estágios iniciais, vários tipos de câncer podem apresentar boas chances de cura”, lembra.
A SBOC atua em diferentes frentes incentivando à formação e à pesquisa na área oncológica, educação continuada de médicos e outros profissionais que atuam contra no combate ao câncer desenvolvendo políticas de saúde, defesa profissional, relações nacionais e internacionais de intercambio de conhecimento, produzindo Diretrizes com recomendações terapêuticas baseadas em evidências clínicas que visam orientar médicos oncologistas, para o diagnóstico e tratamento, assim como materiais informativos sobre prevenção do câncer para a população em geral.
“Embora as causas do câncer sejam multifatoriais, sabemos que existem diversas medidas eficazes de redução do risco, como proteger-se do sol em excesso, controlar a obesidade, praticar atividade física, vacinar-se contra o HPV, evitar o tabagismo e o consumo exagerado de álcool e alimentos ultraprocessados”, enfatiza o presidente da SBOC. “Ao estimularmos essas práticas preventivas, contribuímos para diminuir o surgimento de novos casos de câncer e, consequentemente, o número de mortes”, acrescenta.
O presidente da SBOC defende também mais agilidade nos atendimentos oncológicos no sistema público de saúde. A Lei 13.896/19, por exemplo, assegura aos pacientes com suspeita de câncer o direito à realização de exames no prazo máximo de 30 dias no Sistema Único de Saúde (SUS), e um adendo a essa lei estipula o início do tratamento em no máximo 60 dias a partir do diagnóstico. Porém, as medidas não funcionam na prática e quem depende do SUS, costuma esperar muito mais tempo para iniciar o tratamento. “Há muitos entraves que impedem a rapidez no atendimento ao câncer – uma doença que não pode esperar”, comenta Dr. Carlos Gil.
Recentemente o The British Medical Journal, revelou que, a cada quatro semanas de atraso no tratamento do câncer, o risco de morte aumenta em até 13%. “Com uma nova gestão do Ministério da Saúde, nossa esperança é a de que o governo federal trabalhe com um olhar especial para a área da oncologia, garantindo a incorporação e a aplicação de novas terapias para enfrentamento da doença em todo o território nacional”, afirma o presidente da SBOC.
SOBRE A SBOC – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 2,8 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da oncologia clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. É presidida pelo médico oncologista Dr. Carlos Gil Ferreira.
A matéria foi retirada do site do Médicos pela Vida – www.medicospelavidacovid19.com.br
José Aparecido Ribeiro é jornalista
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